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Metas automobilisticas de Trump para o Nafta devem colidir com o setor

14/08/2017 13h00

WASHINGTON (Reuters) - O governo Trump vai confrontar a indústria automobilística, conforme lança renegociações do pacto comercial Nafta esta semana com objetivo de diminuir um crescente déficit comercial com o México e apertar regras de origem para automóveis e peças.

O setor automobilístico têm sido foco da raiva do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que considera culpado por levar fábricas de automóveis e postos de trabalho para longe dos EUA, buscando os baixos salários do México.

Os Estados Unidos tiveram déficit comercial de 74 bilhões de dólares com o México em relação a automóveis e autopeças no ano passado, maior componente do déficit total de 64 bilhões de dólares dos EUA, segundo dados do Escritório de Censo dos EUA.

"O governo Trump estabeleceu seus objetivos de negociação no Nafta ao redor da redução do déficit comercial com o México", disse a sócia de comércio sênior do Peterson Institute for International Economics, Caroline Freund. "Se eles não tocarem nos automóveis, não há como conseguir o que querem".

Entre as ferramentas que o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, pode usar para tentar aumentar os empregos no setor dos EUA está o fortalecimento das regras de origem para excluir mais partes da Ásia e, possivelmente, uma exigência sem precedentes de conteúdo norte-americano para veículos mexicanos.

Os objetivos de negociação de Lighthizer para o Nafta tentam "garantir que regras de origem incentivem o fornecimento de bens e matérias-primas dos EUA e América do Norte", que tem levantado preocupações entre executivos da indústria automobilística e grupos comerciais que querem um acordo que garanta uma certa porcentagem da produção para os Estados Unidos.

A indústria se opõe a tal cota ou ao aumento da porcentagem do valor de um veículo que deve vir da região acima dos atuais 62,5 por cento - já a maior de qualquer bloco comercial global.

Eles dizem que isto aumentaria os custos e romperia uma cadeia complexa que vê peças cruzando as fronteiras do Nafta e tornou a produção de carros da América do Norte competitiva em relação à Ásia e a Europa.

(Por David Lawder reportagem adicional por Lesley Wroughton)