Bovespa retoma 71 mil pontos após 6 anos com otimismo por privatizações e avanço da TLP
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista subiu pelo terceiro dia seguido nesta quinta-feira e retomou os 71 mil pontos depois de mais de seis anos, amparado no otimismo com os planos de privatizações e aprovação do texto-base da medida que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP).
O Ibovespa fechou em alta de 0,93 por cento, a 71.132 pontos, maior patamar de fechamento desde janeiro de 2011. O giro financeiro somou 8,67 bilhões de reais.
O bom humor desencadeado pelo anúncio dos planos de desestatização da Eletrobras ganhou mais fôlego na véspera, após o governo apresentar os planos para privatizar a Casa da Moeda e o braço da Caixa Econômica Federal para loterias instantâneas Lotex, além de colocar em leilão o aeroporto de Congonhas (SP) e uma série de outros projetos de infraestrutura que devem injetar nos cofres da União bilhões de reais entre este e o próximo ano.
Nesta sessão, corroborou a manutenção do tom positivo a aprovação pelo plenário da Câmara dos Deputados do texto-base da medida que cria a TLP para financiamentos concedidos pelo BNDES, sendo que os últimos destaques devem ser apreciados na terça-feira.
"Tudo conspirou para esses três dias positivos. Podemos ter alguma realização para ajuste técnico ou mudança em carteira com o final do mês chegando, mas o cenário continua positivo para a bolsa", disse o analista da Um Investimentos Aldo Moniz.
O exterior permanece no radar dos investidores, que esperam discursos de membros de importantes bancos centrais no encontro de Jackson Hole, nos Estados Unidos, que começa nesta quinta-feira. Os líderes das autoridades monetárias norte-americana e europeia falam na sexta-feira.
DESTAQUES
- VALE ON subiu 4,12 por cento. No radar estavam os comentários da equipe do Itaú BBA em relatório a clientes, que vê a possibilidade do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) atingir 4 bilhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, amparado nos preços de commodities. Segundo a equipe do banco, que manteve a recomendação "outperform" após encontro com a empresa realizado no Chile, a Vale permanece otimista quanto aos fortes resultados esperados no curto prazo.
- ELETROBRAS ON avançou 3,98 por cento e ELETROBRAS PNB teve alta de 1,26 por cento, voltando a subir diante dos planos de privatização da estatal. Na véspera, as ações caíram, em movimento de ajuste após os papéis ordinários subirem quase 50 por cento na esteira do anúncio do plano de desestatização.
- PETROBRAS PN ganhou 0,29 por cento e PETROBRAS ON subiu 0,56 por cento, na contramão dos preços do petróleo no mercado internacional. Colaborando com o tom positivo estava a decisão da empresa de afastar temporariamente o diretor de Governança e Conformidade (DGC) da companhia, João Adalberto Elek Júnior, pelo menos até julgamento de recurso sobre um caso envolvendo possível conflito de interesse.
- METALÚRGICA GERDAU PN caiu 2,42 por cento, liderando a ponta negativa do Ibovespa, e GERDAU PN recuou 0,69 por cento, após o anúncio de mudanças na gestão do grupo não atingir as expectativas do mercado por melhoria efetiva na governança.
- M. DIAS BRANCO ON, que não faz parte do Ibovespa, subiu 7,48 por cento, engatando o segundo pregão seguido de ganhos e acumulando alta de 10,6 por cento no período. Para a equipe da Modena Capital, o cenário para a empresa de alimentos dona da marca Adria é positivo e deve encerrar o ano com receita, Ebitda e lucro recordes, sem perder o ímpeto em 2018.
(Por Flavia Bohone)
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