Número do PIB do segundo trimestre deve ser baixo por queda da agricultura, diz Meirelles
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que será divulgado na sexta-feira, deve ser baixo por causa de um recuo na agricultura, que teve um resultado muito forte nos primeiros três meses do ano.
Segundo o ministro, que apresentou um panorama bastante otimista da economia para os próximos trimestres, o governo espera um crescimento de 2 por cento nos últimos três meses deste ano e acima de 2,5 por cento em 2018.
"Esperamos entrar em 2018 com ritmo de crescimento acima de 2,5 por cento, provavelmente em torno de 3 por cento", disse Meirelles ao final de uma reunião ministerial no Palácio do Planalto.
O orçamento de 2018 prevê um crescimento de apenas 2 por cento, mas o ministro afirmou que o número previsto precisa ser conservador e o governo não pode trabalhar com qualquer nova revisão de meta.
O governo já enviou uma revisão para 2018, elevando de 129 bilhões de reais a meta de déficit primário para 159 bilhões. O valor precisa ser aprovado pelo Congresso até a próxima quinta-feira para constar do orçamento de 2018.
O governo tentar votar a nova meta na terça-feira na Comissão Mista de Orçamento e em seguida em uma sessão do Congresso.
"O Orçamento será mandado na data prevista pela lei. Esperamos que a nova meta fiscal seja aprovada o mais rápido possível", disse Meirelles. "Se não for aprovada, teremos que trabalhar com restrições de despesas muito severas no ano que vem".
DENÚNCIA
Questionados sobre a expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente nova denúncia contra o presidente Michel Temer nas próximas semanas - Janot deixa o cargo em 17 de setembro - o ministro da Fazenda e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, insistiram que a economia "se descolou" da política.
"Vejo que são coisas que estão desvinculadas. Na atividade política temos plena normalidade", disse Padilha.
"Se vier uma nova denúncia, por certo estamos preparamos para politicamente enfrentá-la. Estamos em ascensão. A economia descolou da política e está andando sozinha."
Depois da primeira denúncia contra o presidente, em 17 de maio, o governo praticamente parou a negociação de projetos como a reforma da Previdência para convencer os deputados a barrarem o processo.
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