Saída de Imbassahy ajudaria Temer a barrar segunda denúncia, diz presidente do PP
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou nesta sexta-feira à Reuters que a saída do ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, ajudaria o presidente Michel Temer a criar um clima mais favorável na Câmara para barrar a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a nova denúncia contra ele, por organização criminosa e obstrução de Justiça.
Para Ciro, uma eventual troca na Secretaria de Governo poderia "melhorar a relação" para votar a segunda acusação criminal contra o presidente e também, em caso de rejeição, ajudar o Palácio do Planalto a deslanchar as negociações em torno da reforma da Previdência.
Segundo o presidente do PP, o tucano perdeu a interlocução com os partidos. Ele disse que a legenda que comanda --e grande parte dos parlamentares dos partidos da base-- não conversa mais com Imbassahy. "Só quem trata com o Imbassahy é metade do PSDB", ironizou.
O senador, contudo, fez questão de dizer que não estava pressionando o governo a demitir o ministro.
"Não estou fazendo nenhum tipo de exigência ao presidente, é uma decisão dele", ressalvou. Para Ciro, seria um "gesto de grandeza" se o próprio ministro deixasse o cargo por conta própria.
O presidente tem dado sinais, contudo, de não querer trocar o ministro da Secretaria de Governo, mesmo diante da pressão de partidos da base e do fato de o PSDB ter votado rachado na primeira denúncia.
MUITO FRACA
Apesar do que chama de "desconforto" da base com Imbassahy, Ciro Nogueira afirmou acreditar que a nova denúncia será rejeitada pela Câmara com placar semelhante ao da primeira acusação. Disse tê-la considerado "muito ampla" e "muito fraca". "É difícil de ser comprovada, cheio de ilação", disse o senador.
Para ele, o fato de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter feito acusações a parlamentares de vários partidos, como PMDB, PT e o PP, acaba por tirar a força da denúncia contra o presidente.
Em agosto, a Câmara rejeitou a autorização para o STF julgar a primeira denúncia. Foram 263 votos contrários à autorização e apenas 227 favoráveis. Para a autorização ser aprovada são necessários os votos de 342 dos 513 deputados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.