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Fed mantém juros e confirma redução de balanço patrimonial em outubro

20/09/2017 15h32

WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve a taxas de juros nesta quarta-feira, mas sinalizou que ainda espera mais um aumento até o fim do ano apesar das recentes leituras fracas de inflação.

Novas projeções econômicas divulgadas após a reunião de dois dias do Fed mostraram que 11 dos 16 membros veem que o nível "apropriado" para a taxa de juros está em uma faixa entre 1,25 por cento e 1,5 por cento até o fim de 2017.

Isto é 0,25 ponto percentual acima do nível atual.

"O mercado de trabalho continua a se fortalecer... a atividade econômica tem crescido moderadamente até agora neste ano", informou o Fed disse em sua declaração de política monetária. Ele acrescentou que os riscos no curto prazo para 9o cenário econômico permaneceram "praticamente equilibrados", mas que a inflação está sendo observada "de perto".

As perspectivas para a taxa de juros para o próximo ano ficaram praticamente inalteradas, com três aumentos previstos. Mas o banco central dos EUA desacelerou o ritmo do aperto monetário projetado a partir daí.

O Fed prevê apenas dois aumentos em 2019 e um em 2020. Ele também reduziu novamente a taxa de juros "neutra" de longo prazo estimada para 2,75 por cento, ante 3 por cento, refletindo as preocupações sobre a vitalidade econômica de modo geral.

Como esperado, o Fed também disse que começará em outubro a reduzir seu balanço patrimonial de aproximadamente 4,2 trilhões de dólares em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas, cortando inicialmente até 10 bilhões de dólares a cada mês do volume de títulos a vencer que reinveste.

Essa ação vai iniciar uma reversão gradual das três rodadas de afrouxamento quantitativo do Fed que ocorreram entre 2008 e 2014 para estimular a economia após a crise financeira e a recessão entre 2007 e 2009.

O limite de reinvestimento está programado para aumentar em 10 bilhões por ano a cada três meses até o limite de 50 bilhões de dólares por mês, até que o balanço patrimonial do banco central caia em cerca de 1 trilhão de dólares ou mais nos próximos anos.

O comunicado e as projeções mostraram que o Fed ainda está tentando se equilibrar entre uma recuperação econômica que tem mantido o desemprego baixo nos EUA e está ganhando força globalmente e uma recente queda preocupante da inflação nos EUA.

O banco central também observou que os recentes furacões nos Estados Unidos vão afetar a atividade econômica, mas que "não devem alterar materialmente o curso da economia nacional no médio prazo".

As previsões para o crescimento econômico e o desemprego em 2018 e os anos posteriores ficaram praticamente inalteradas. A expectativa é de que o Produto Interno Bruto cresça 2,4 por cento neste ano, 2,1 por cento no próximo ano e 2,0 por cento em 2019.

A taxa de desemprego deve permanecer em 4,3 por cento este ano antes de cair para 4,1 por cento no próximo ano e permanecerá nesse nível em 2019.

A inflação deve ficar abaixo da meta do Fed de 2 por cento até 2018 ,antes de atingi-la em 2019.

Não houve dissidentes na decisão de política monetária do Fed.

(Por Howard Schneider e Ann Saphir)