PT abre processo disciplinar contra Palocci e o suspende por 60 dias
SÃO PAULO (Reuters) - O PT decidiu nesta sexta-feira abrir processo disciplinar e suspender o ex-ministro Antonio Palocci da legenda por 60 dias por conta das acusações que Palocci fez ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em depoimento ao juiz Sérgio Moro, classificadas como mentiras em nota do Diretório Nacional do PT.
"Ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 6 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT. Desta forma, rompeu seu vínculo com o partido e descomprometeu-se com a sua militância", afirmou o partido na nota.
"Nos termos do art. 246 do estatuto partidário, o Diretório Nacional do PT decide pela suspensão provisória do filiado por tempo não superior a 60 (sessenta) dias, dentro do qual deverá estar concluído o processo de julgamento."
No depoimento a Moro, em ação em que é réu ao lado de Lula e que trata do suposto pagamento de propina pela Odebrecht ao ex-presidente por meio de um terreno para o Instituto Lula, Palocci acusou Lula de ter um "pacto de sangue" com a empreiteira. Disse ainda que o ex-presidente tinha uma conta de propinas com a empreiteira e que sabia do esquema de corrupção na Petrobras.
Também em depoimento a Moro, prestado após as acusações de Palocci, Lula disse ao juiz que concentra os processos da Lava Jato em primeira instância que o ex-ministro mentiu e que, se não fosse um ser humano, seria um "simulador". Disse ainda que Palocci é "frio", "calculista" e que fez as acusações para obter um acordo de delação premiada.
Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e também atuou como chefe da Casa Civil no início do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
(Reportagem de Eduardo Simões)
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