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Presidente do BC do Japão diz que há limites para até onde levar os juros em território negativo

25/09/2017 07h01

Por Leika Kihara

OSAKA, Japão (Reuters) - O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmou nesta segunda-feira que há limites para até onde um banco central pode levar as taxas de juros em território negativo, destacando a necessidade de manter a política monetária frouxa do Banco do Japão para continuar elevando a inflação.

Ele também alertou que a Coreia do Norte apresenta um risco ao cenário econômico global, afirmando que o banco central está monitorando de perto o impacto do aumento das tensões na península coreana sobre os mercados e sobre a economia japonesa.

"Nosso principal cenário é de o crescimento global acelerar moderadamente. Mas continuaremos a observar de perto como os acontecimentos na Coreia do Norte podem afetar os mercados e a economia do Japão", disse Kuroda em reunião com líderes empresariais em Osaka.

"O Banco do Japão está pronto para tomar uma ação apropriada conforme necessário", disse ele, sem falar sobre medidas específicas.

Assim como outros bancos centrais, a primeiro linha de defesa do Banco do Japão contra choques econômicos e do mercado seria oferecer volumes ilimitados de liquidez via operações de mercado.

De acordo com uma estrutura de política monetária adotada no ano passado, o banco central japonês guia a taxa de juros de curto prazo em -0,1 por cento e os rendimentos do título governamental de 10 anos em torno de zero por cento.

Questionado sobre quanto espaço os bancos centrais têm para aprofundar os juros negativos, Kuroda disse que nenhum dos que adotam juros negativos determinam suas taxas muito fundo no território negativo.

"É verdade que Europa e Japão mostraram que há espaço para levar as taxas de juros a território negativo. Mas não há absolutamente espaço para levar os juros a território negativo de, digamos, 4 ou 5 por cento", disse ele a repórteres.

Kuroda repetiu que é "prematuro" desfazer o programa de estímulo do Banco do Japão ou debater o fim da política monetária ultrafrouxa.