Dólar atinge máxima ante real com fala de Yellen
Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar renovou a máxima cotação desta terça-feira após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, ter reforçado a possibilidade de mais um alta nos juros do país neste ano, mas o avanço perdeu força em meio a um fluxo vendedor.
Às 14:25, o dólar avançava 0,26 por cento, a 3,1655 reais na venda, depois de atingir a máxima de 3,1756 reais. O dólar futuro subia 0,44 por cento.
"O mercado estava duvidando um pouco do Fed, já que ele tem um histórico de discursos mais 'hawkish' não cumpridos, mas a questão é até quando ele vai duvidar", afirmou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.
Em sua fala, Yellen disse que o banco central norte-americano precisa continuar com altas graduais dos juros apesar das amplas incertezas sobre a trajetória de inflação, mas reconheceu as dificuldades do Fed em prever uma de suas principais metas de política monetária.
Após as declarações, os juros futuros passaram a precificar 78 por cento de chances de uma nova alta de juros neste ano, no encontro de política monetária de dezembro, mostrava a ferramenta FedWatch, do CME Group. O Fed já elevou os juros duas vezes este ano, para o intervalo de 1-1,25 por cento ao ano.
No exterior, o dólar, que já trabalhava em alta, atingiu a máxima da sessão após a fala de Yellen ante uma cesta de moedas. Também subia ante moedas emergentes como os pesos chileno e Mexicano.
O avanço também era sustentado pelas tensões entre EUA e Coreia do Norte e após o dado da confiança do consumidor. Os EUA afirmaram que seguem com os esforços diplomáticos para lidar com a crise com os norte-coreanos, enquanto estes, aparentemente, reforçaram as defesas em sua costa leste.
Internamente, a moeda perdeu força depois de atingir a máxima da sessão, em meio a um fluxo vendedor.
"A tendência de baixa ainda não foi revertida. Em geral, ao redor de 3,15 reais atrai vendedores", explicou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.
A denúncia contra o presidente Michel Temer, que traz um pouco de cautela aos mercados nacionais diante dos potenciais impactos na agenda de reformas do governo, principalmente a da Previdência, está sendo lida na Câmara dos Deputados.
"Como...continuam as articulações em busca por apoio ao presidente, as chances de andamento da reforma da Previdência diminuem, o que pode influenciar negativamente o humor dos mercados dependendo do andar das negociações", apontou a Advanced Corretora em relatório.
O BC vendeu integralmente a oferta de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- no leilão para rolagem do vencimento de outubro. Desta forma, até agora já foram rolados 4,8 bilhões de dólares do total de 9,975 bilhões de dólares que vence no mês que vem.
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