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Superintendência do Cade considera complexa compra da XP Investimentos por Itaú Unibanco

16/10/2017 12h32

SÃO PAULO (Reuters) - A Superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) considerou complexa a compra pelo Itaú Unibanco da corretora XP Investimentos e pediu informações adicionais, de acordo com decisão publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira.

O órgão avaliou que a transação vai gerar sobreposição horizontal nas atividades de corretagem de valores, administração e gestão de recursos de terceiros e distribuição de produtos de investimentos a clientes, entre outros aspectos que podem afetar a concorrência do setor.

"Dessa forma, com o objetivo de melhor analisar a dinâmica concorrencial do mercado e as condições de rivalidade nos mercados afetados pela operação, faz-se necessário efetuar novas diligências de forma a aprofundar a análise do caso e oportunizar às partes a possibilidade de apresentação das eficiências decorrentes da operação, que poderiam contrabalançar tal concentração", disse a superintendência em despacho.

Em maio, o Itaú anunciou o acordo para a aquisição de uma participação de 49,9 por cento da XP Investimentos por 6,3 bilhões de reais. O acordo previa ainda que o banco poderá elevar sua participação na corretora para 74,9 por cento até 2022.

Às 12:26, as ações do Itaú Unibanco recuavam 0,58 por cento, enquanto o Ibovespa tinha variação negativa 0,14 por cento.

Representantes do Itaú Unibanco e da XP Investimentos não comentaram o assunto de imediato. A decisão da superintendência ocorreu depois que em meados de agosto o Cade aprovou sob condições a compra das operações de varejo do Citi no Brasil pelo Itaú Unibanco.

Quando anunciou o acordo com a XP Investimentos, o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirmou que o grupo financeiro tinha como um dos objetivos na operação ampliar participação no mercado de fundos de investimentos e elevar receitas com serviços nos próximos anos.

O Cade tem se mostrado mais duro na aprovação de negócios bilionários anunciados nos últimos meses, rejeitando várias operações que foram consideradas como complexas.

Segundo dados da autarquia de defesa da concorrência, neste ano, até início de agosto, nove operações foram declaradas "complexas", contra oito em todo o ano passado e cinco em 2015. Importantes casos declarados complexos acabaram sendo rejeitados como os que envolveram a fusão dos grupos de educação Kroton e Estácio e a compra pelo grupo Ultrapar da rede de postos de combustíveis Alesat.

Ainda em agosto, a superintendência do Cade recomendou reprovação à venda da distribuidora de gás de cozinha Liquigás pela Ultragaz. Além disso, o órgão da autarquia que faz recomendações para decisões a serem tomadas no tribunal do Cade defendeu em setembro negação à compra de ativos de siderurgia do grupo Votorantim pela ArcelorMittal Brasil.

E no início deste mês a superintendência recomendou rejeição para a compra da norte-americana Monsanto pela alemã Bayer. Ainda em outubro, o Cade declarou mais uma transação como complexa, a que envolve compra de alguns ativos da Petrobras em Pernambuco pela mexicana Petrotemex.

(Por Raquel Stenzel)