Sabesp tem limite de R$4 bi para aplicar em reestruturação dentro de área de concessão
SÃO PAULO (Reuters) - A Sabesp tem condições de investir 4 bilhões de reais na sua área de concessão, ao longo dos próximos quatro anos, dos recursos que deverão ser captados com o processo de reestruturação e capitalização da companhia, afirmou nesta sexta-feira o presidente da empresa de água e saneamento do Estado de São Paulo, Jerson Kelman.
O limite se refere aos recursos de investimentos que podem ser aplicados com eficiência e rentabilidade, disse o executivo, frisando que ainda não está definido o valor a ser levantado com a capitalização, seguida por uma eventual emissão de ações adicionais (follow on) e por emissão de dívida.
"Se nos oferecessem 20 bilhões de reais para investimentos nós recusaríamos. Temos um limite de capacidade de aplicar investimentos em nossa área de concessão e este limite é de 4 bilhões de reais...Se vier mais do que isso, poderemos ter condições para olhar por cima da cerca (para além da área de concessão da companhia)", disse Kelman em teleconferência com analistas e jornalistas.
Ele citou como exemplo que 1 bilhão de reais, dos 4 bilhões de reais, poderia vir com capitalização, outro 1 bilhão de reais com um eventual follow on e o restante com emissão de dívida.
A assembleia do Estado de São Paulo aprovou em setembro legislação que permite a criação de uma holding controlada pelo governo estadual sob a qual a Sabesp ficará subordinada. Esta holding poderá atrair sócios privados em uma fórmula que permitirá à empresa acelerar investimentos em saneamento e se aventurar em novas áreas fora de sua concessão, algo que pode incluir ampliação de cidades atendidas e participação em negócios como resíduos sólidos.
Atualmente, a empresa tem um plano de investimentos de 13,9 bilhões de reais entre 2017 e 2021, que poderia ser incrementado com os até 4 bilhões de reais advindos da reorganização societária da companhia.
Os recursos adicionais ao plano, contudo, dependem da conclusão da revisão tarifária conduzido pelo agência reguladora estadual Arsesp. A expectativa da Sabesp é que a agência conclua esse processo até abril de 2018.
As incertezas em torno da revisão tarifária decorrem de discordâncias entre a Sabesp e a Arsesp sobre a forma como é calculada a tarifa média vigente da companhia. Esta tarifa média faz parte da definição do índice de reajuste a ser adotado nas contas dos cerca de 8 milhões de consumidores da companhia.
Segundo Kelman, enquanto a Arsesp entende que o índice de reposicionamento tarifário da Sabesp é de 7,9 por cento, a empresa calcula como correto um percentual de 10,40 por cento.
"A capitalização da Sabesp não acontecerá antes do processo de revisão tarifária. Assim, após a conclusão desse processo, a Sabesp só vai proceder com um follow on quando as condições de mercado forem positivas do ponto de vista macroeconômico", disse o vice-presidente financeiro da Sabesp, Rui Affonso, durante a teleconferência.
Kelman emendou afirmando que a Sabesp não trabalha com a hipótese de atraso na revisão tarifária uma vez que a "Arsesp está empenhada em cumprir o prazo de abril de 2018". Porém, se houver mesmo atraso em um ano marcado por eleições estaduais e para presidente da República, Kelman disse que a Sabesp seguirá normalmente com o plano de investir cerca de 14 bilhões de reais até 2021, dos quais 6,8 bilhões de reais em coleta e tratamento de esgoto.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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