Empresas da China, Índia e Irã conversam sobre refinaria de até US$10 bi no país
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Empresas da China, Índia e Irã poderão investir entre 7 bilhões e 10 bilhões de dólares na construção de uma refinaria de petróleo no Maranhão, afirmou nesta sexta-feira o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, que disse esperar uma decisão sobre o projeto em 2018.
Em um evento no Rio de Janeiro, o secretário afirmou a jornalistas que as conversas sobre o negócio entre as companhias e o governo local estão avançando. A unidade teria capacidade para processar 300 mil barris de petróleo por dia.
O projeto da refinaria teria um pesado investimento de uma empresa da China, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia também financiar parte do empreendimento.
"O BNDES seria um financiador e o CDB (China Development Bank) também poderia ser financiador. Esse projeto é o que tem mais chance de acontecer. Estive no Irã, China, Índia, além do Maranhão, e vejo que o projeto está ficando de pé", afirmou Félix, após a posse do novo diretor da reguladora ANP, Dirceu Amorelli.
Os nomes das empresas envolvidas nas negociações não foram revelados pelo secretário.
Em meados do ano, um diretor da ANP havia afirmado que o órgão regulador foi procurado por empresas chinesas, indianas e iranianas com interesse em investir no setor de refino no Brasil nos próximos anos, em parceria com a Petrobras ou em novos projetos.
As conversas com os grupos interessados estão sendo conduzidas pelo governo do Maranhão, e a unidade seria construída em área que foi cedida no passado à Petrobras, para a construção de uma Refinaria Premium, mas a estatal fez apenas a terraplanagem do terreno.
O projeto da petroleira brasileira não avançou por falta de recursos e pela descoberta de irregularidades nos contratos para execução do serviço, em meio a um escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
"O governo do Estado procurou o governo federal e nós temos ajudado com contato com o governo iraniano, com a China e com a Índia, para que se viabilize essa refinaria", disse o secretário.
O novo projeto no Maranhão não tem participação da Petrobras, que paralelamente conversa com investidores estrangeiros, entre eles chineses, para estabelecer parcerias em seu parque de refino instalado.
O ministro de Petróleo do Irã estará em Brasília no fim de semana e as negociações sobre a unidade de refino podem avançar, informou ele.
"O movimento seria o Irã fornecer óleo para a China, que está levando óleo daqui do Brasil e da Venezuela, para lá (China). A China levaria óleo do Irã, que está mais perto, e parte do óleo produzido aqui no Brasil e que iria para China ficaria aqui no Brasil, e seria refinado aqui nessa refinaria”, explicou.
"A índia também participa das conversas e entraria com a tecnologia porque eles têm experiência nisso", adicionou
Atualmente, de acordo com dados do ministério, o Brasil exporta cerca de 1 milhão de barris de petróleo ao dia, mas importa em média aproximadamente 500 mil barris de derivados de petróleo ao dia.
A refinaria do Maranhão, que seria voltada para produzir gasolina e diesel, ajudaria o Brasil a estreitar esses números.
"Uma refinaria de 300 a 400 mil encaixa muito bem no Brasil", frisou Félix.
A expectativa é que um acordo com as empresas e governos que controlam as companhias possa sair em 2018, e seriam necessários cerca de cinco anos para conclusão do empreendimento.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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