ENTREVISTA-Rodobens quer mais que dobrar lançamentos em 2018 com retomada de projetos do MCMV
Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Rodobens Negócios Imobiliários espera mais que dobrar os lançamentos de imóveis residenciais no ano que vem, voltando a desenvolver projetos para o Minha Casa Minha Vida (MCMV) depois de ficar quase quatro anos fora do segmento que mais cresce do setor de construção civil.
A incorporadora vê potencial para lançar aproximadamente 500 milhões de reais no próximo ano e, se condições de mercado mais favoráveis persistirem, elevar esse número a 1 bilhão de reais até 2020, com foco de atuação no interior de São Paulo, Centro-Oeste e Triângulo Mineiro.
Em 2017, os lançamentos devem alcançar cerca de 200 milhões de reais, concentrados nas cidades de Rio Preto (SP), São Carlos (SP) e Rondonópolis (MT). "Foi o ano de arrumar a casa e só lançamos pontualmente, antecipando alguns projetos de 2018", afirmou à Reuters Alexandre Mangabeira, co-presidente-executivo da Rodobens.
Segundo ele, pelo menos 20 por cento dos projetos a serem lançados no ano que vem devem se enquadrar nas faixas 2 e 3 do MCMV, afirmou Mangabeira. A última vez que a Rodobens atuou no programa habitacional foi em 2013, com empreendimentos para a faixa 2.
As ações da Rodobens acumulam baixa de 4,6 por cento em 2017, na contramão do índice que reúne papéis do setor imobiliário, que subiu quase 27 por cento desde o começo do ano.
A empresa só atuava nesse segmento quando abriu o capital, em 2007, mas a crise econômica a partir de 2014 a convenceu a sair do Minha Casa Minha Vida, cujo público-alvo foi um dos que mais sentiu os efeitos da recessão, especialmente o desemprego.
"Tivemos que focar na monetização da carteira nos últimos anos e fizemos uma gestão dura, nada simpática", comentou o presidente administrativo, Carlos Bianconi, acrescentando que a companhia atualmente conta com 258 funcionários, 40 por cento menos que os 509 de 2016.
Após 2018, a Rodobens pode revisar estratégia e elevar o percentual de projetos do MCMV, sem abandonar a categoria de médio e alto padrão, comentaram os dois executivos. A princípio, a companhia deve destinar áreas antes alocadas para loteamentos à construção de imóveis econômicos.
"Vamos segurar projetos de loteamentos, que são de ciclo mais longo, e usar os terrenos para o Minha Casa Minha Vida", explicou Bianconi.
A empresa hoje dispõe de um estoque de áreas (landbank) de 3,2 bilhões de reais, considerando loteamentos e incorporação imobiliária, e tem como meta expandi-lo em cerca de 1 bilhão de reais em 2018 por meio de parcerias, de acordo com Mangabeira.
Questionados sobre a concorrência, os executivos destacaram que a disputa se dá principalmente com grupos locais e de menor porte que atuam nas mesmas regiões que a Rodobens, mas alertaram que rivais maiores podem tornar as negociações para compra de terrenos mais árduas.
"Queremos preservar nosso caixa e vamos priorizar permuta, mas rivais maiores muitas vezes oferecem pagamento em dinheiro e conseguem desconto no preço, o que acaba melhorando as margens", disse Mangabeira.
A MRV, por exemplo, já manifestou repetidas vezes seu foco na ampliação do banco de terrenos e promete ser agressiva na briga por novas áreas. Em 4 de outubro, a Reuters noticiou que a maior construtora de imóveis econômicos do país planejava desembolsar 500 milhões de reais na aquisição de terrenos em 2018, depois de investir 1 bilhão de reais desde 2014.
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