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Bovespa recua com cautela por situação fiscal; exterior limita perdas

19/12/2017 11h45

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista mostrava fraqueza nesta terça-feira, com investidores adotando alguma cautela diante de preocupações com a situação fiscal do país, enquanto o exterior tinha um viés mais favorável, à espera da aprovação de uma reforma tributária nos Estados Unidos.

Às 11:41, o Ibovespa caía 0,58 por cento, a 72.694 pontos. O giro financeiro era de 1,1 bilhão de reais.

Os receios com o ajuste fiscal no Brasil voltaram a crescer após o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender por meio de liminar efeitos da medida provisória que adiava reajuste de servidores federais e fixava alíquota de contribuição social progressiva para os servidores.

"Mais um golpe no ajuste fiscal, já que as medidas deveriam trazer uma economia de 4,4 bilhões de reais no próximo ano", escreveram analistas da corretora Coinvalores em nota a clientes.

A medida vem após o adiamento da votação da reforma da Previdência para o próximo ano, o que aumenta os receios de um novo rebaixamento em breve da nota de crédito do Brasil pelas agências de classificação de risco. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, conversará com as agências para falar sobre a reforma da Previdência.

Na véspera, o otimismo com o avanço da reforma tributária nos Estados Unidos amparou a retomada por apetite a risco, levando o Ibovespa a fechar em alta de 0,7 por cento. E nesta sessão a perspectiva de aprovação da medida segue limitando os efeitos negativos sobre o Ibovespa da preocupação com a situação fiscal brasileira.

Para esta terça-feira, é esperado que a Câmara dos Deputados dos EUA vote a proposta da reforma, que deve ser apreciada na sequência, ainda nesta terça-feira ou na quarta-feira, pelo Senado. Desta forma, a expectativa é que a medida seja sancionada pelo presidente Donald Trump até o fim desta semana.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN recuava 0,59 por cento e PETROBRAS ON caía 0,76 por cento, após os ganhos da véspera e com cautela com a cena local ofuscando os efeitos dos ganhos para os preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE ON rondava a estabilidade, com leve variação negativa de 0,03 por cento, apesar de mais uma sessão positiva para os contratos futuros do minério de ferro na China. No radar estava ainda a sanção do presidente Michel Temer do texto aprovado pelo Congresso Nacional que aumentou os royalties para a produção de minério de ferro. Pelo texto aprovado no Senado, o minério de ferro passará a ter alíquota de 3,5 por cento, ante 2 por cento previamente, numa elevação que causou queixas da Vale.

- BRADESCO PN caía 1,15 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN perdia 0,78 por cento, ajudando o tom negativo do Ibovespa devido ao peso desses papéis em sua composição.

- QUALICORP ON tinha perda de 2,7 por cento, entre os destaques negativos do índice, em movimento de ajuste após subir mais de 5 por cento na véspera.

(Por Flavia Bohone)