Luislinda Valois deixa Secretaria de Direitos Humanos e assessor próximo a Temer assume interinamente
BRASÍLIA (Reuters) - A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Luislinda Valois, pediu demissão nesta segunda-feira do cargo, que passará a ser ocupado interinamente pelo atual subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, informou o Palácio do Planalto.
Rocha irá acumular as duas funções.
Luislinda deixa o cargo após passar por desgastes. Ela envolveu-se numa polêmica ao pedir para acumular a aposentadoria de 30,4 mil reais e o salário de ministra de Estado, de 30,9 mil reais, sob a alegação de que estava vivendo em situação semelhante ao trabalho escravo por ter seus vencimentos limitados ao teto do funcionalismo (atualmente ela só poderia ganhar 33,7 mil reais).
Em dezembro, ela se desfiliou do PSDB para permanecer à frente do cargo, no momento em que sofria pressão de tucanos para deixar a Esplanada dos Ministérios.
Com o acúmulo interino do cargo, Gustavo Rocha, o principal auxiliar jurídico do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, fortalece-se no governo.
Embora não seja investigado no inquérito dos portos, como é o caso de Temer, Rocha, que é ex-advogado do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, apareceu em ligação interceptada com o ex-assessor especial da Presidência da República Rodrigo Rocha Loures de maio do ano passado conversando sobre o decreto dos portos.
O inquérito investiga se Temer, por intermédio de Rocha Loures, teria recebido propina para beneficiar a empresa Rodrimar.
Todos os envolvidos negam envolvimento no caso.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito)
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