Petrobras passa a divulgar preços médios de gasolina e diesel em refinarias e terminais
SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras anunciou que a partir desta segunda-feira (19) passará a divulgar em seu site os preços médios de gasolina e diesel, sem tributos, comercializados em suas refinarias e terminais no Brasil, em busca de mais transparência à composição do valor final dos combustíveis..
Paralelamente, a empresa informou que vai aumentar em 1,5% o preço do diesel vendido às distribuidoras a partir de terça-feira (20), a R$ 1,7369 o litro, e elevar em 1,8% o preço da gasolina, a R$ 1,5148 o litro.
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Após serem vendidos às distribuidoras, os preços de ambos os combustíveis passam por adições de impostos, custos e margem das distribuidoras e dos revendedores. Os produtos também sofrem adições dos biocombustíveis: biodiesel, no caso do diesel, e etanol anidro, no caso da gasolina, fatores que também impactam o valor na bomba.
A decisão ocorre após autoridades, como o presidente Michel Temer e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, apontarem que reduções implementadas pela petroleira estatal não estavam chegando às bombas.
Na ocasião, os setores de distribuição e revenda de combustíveis do Brasil refutaram os comentários das autoridades culpando à elevada carga de tributos pela alta nas cotações aos consumidores finais.
"As revisões de preços feitas pela Petrobras podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis", disse a petroleira em nota nesta segunda-feira.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, havia anunciado anteriormente sua intenção de publicar os valores todas as vezes em que houver reajustes.
Com a mudança na divulgação, o executivo afirmou, na ocasião, que a empresa quer mostrar ao público que a parcela do preço dos combustíveis é inferior a um terço do valor total que chega aos consumidores e também quer deixar clara a velocidade com a qual eventuais mudanças são transmitidas aos consumidores nos postos.
Desde outubro de 2016, a Petrobras vem praticando uma política de preços que segue a lógica do mercado internacional de combustíveis. Em julho do ano passado, a empresa começou a reajustar os valores quase que diariamente, em busca de maior agilidade na variação dos valores.
Impactos da Petrobras
A Petrobras destacou nesta segunda-feira que o preço médio da gasolina nos postos em outubro de 2016 era de R$ 3,69 por litro nos postos de combustíveis, contra R$ 4,23 o litro em fevereiro deste ano, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
"Houve, portanto, uma variação de R$ 0,54. Neste total, os ajustes feitos pela Petrobras respondem por R$ 0,09, ou seja, um sexto do ajuste total", disse a empresa em nota.
No caso do diesel, o preço médio em outubro de 2016 nos postos era de R$ 3,05 por litro, contra R$ 3,40 o litro em fevereiro. Segundo a empresa, a variação total dos preços nas bombas foi de R$ 0,35, sendo que a Petrobras respondeu por R$ 0,12 ou cerca de um terço do ajuste total.
Gás de cozinha
A Petrobras também publicou nesta segunda-feira que passará a informar o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) comercializado pela Petrobras às distribuidoras em botijões de até 13 kg, o chamado gás de cozinha.
Atualmente, o preço médio do botijão sem tributos, segundo a empresa, é equivalente a R$ 23,16 por botijão de 13kg.
Em janeiro, a Petrobras ressaltou que divulgou a revisão da política de preços do GLP de uso residencial com o objetivo de reduzir a volatilidade de preços do produto.
A revisão alterou a frequência dos reajustes de mensal para trimestral e introduziu um mecanismo de compensação pelas diferenças entre os valores que seriam praticados pela política anterior e aqueles adotados pela metodologia atual, sem, portanto, impactar negativamente o resultado da companhia.
A referência continua a ser o preço do butano e propano comercializado no mercado europeu acrescido de margem de 5%.
(Por José Roberto Gomes e Marta Nogueira; Edição de Roberto Samora)
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