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GPA mantém foco em área alimentar, vê fim da deflação até junho

20/02/2018 13h23

SÃO PAULO (Reuters) - O GPA mantém posição de se concentrar exclusivamente na área alimentar e segue procurando compradores para sua divisão de móveis e eletrodomésticos Via Varejo, afirmou o presidente-executivo da companhia, Ronaldo Iabrudi, nesta terça-feira.

"Fizemos de novo em novembro uma avaliação de ativos e mantivemos a convicção de nos focar fortemente no varejo alimentar. Tem oportunidades enormes de crescimento", disse Iabrudi durante teleconferência com analistas. "O processo de venda da Via Varejo continua em andamento", acrescentou o executivo que deverá deixar o cargo em 27 de abril, sendo substituído por Peter Estermann. A Via Varejo foi colocada à venda pelo GPA no final de 2016.

Já o vice-presidente financeiro do GPA, Christophe Hidalgo, comentou que a deflação de alimentos, que tem pressionado os resultados da companhia, segue neste início de ano, mas deve se reverter a partir de meados de 2018.

"Prevemos inflação anual de entre 3,5 e 4 por cento... Há deflação no primeiro semestre, mas paulatinamente vai se reverter até maio ou junho e a partir de junho esperamos uma recuperação da inflação", disse o Hidalgo.

O futuro presidente-executivo do GPA, Estermann, afirmou durante a teleconferência que as prioridades de curto prazo da companhia são formatos de maior rentabilidade, transformação digital e melhoria na estrutura de custos.

As ações do GPA lideravam as quedas do Ibovespa nesta terça-feira. Às 13:17, as ações recuavam 4 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava alta de 0,8 por cento.

Analistas citaram que o resultado da empresa no quarto trimestre veio abaixo do esperado do ponto de vista de margens e segue pressionado por perspectivas de curto prazo desafiadoras.

O presidente da bandeira de atacarejo do GPA, Assaí, Belmiro Gomes, comentou que a margem da divisão, uma das que mais cresce no grupo, no ano passado foi afetada pela deflação de alimentos e também pelo processo de expansão. Mas para 2018 ele avalia que o efeito do crescimento da bandeira, que deve abrir 20 lojas, sobre a margem poderá ser minimizado por efeitos de localização dos novos pontos.

"Para 2018, a localização tem um menor impacto, estamos concentrados em áreas onde a bandeira já está estabelecida", comentou Belmiro. Ele afirmou que das 20 aberturas, 5 serão conversões de hipermercados do GPA em lojas Assaí, mas Iabrudi afirmou que o grupo avalia viabilidade de aumentar a parcela de conversões.

Iabrudi não comentou qual o plano de conversões de lojas do GPA no longo prazo, mas afirmou que a empresa tem objetivos traçados até 2020 e que "há uma tendência de ficarmos com mais formatos premium e cash and carry (atacarejo) e no meio um número menor de lojas".

Sobre aquisições, Iabrudi afirmou que o GPA não tem nada em vista "no momento", mas segue atento a oportunidades.

O rival Walmart está em negociações com a firma de private equity Advent International e outros fundos para a venda de uma participação importante em suas operações no Brasil, informaram à Reuters duas pessoas com conhecimento direto do assunto em janeiro. A negociação com possíveis investidores foi decidida depois que varejistas rivais não mostraram interesse, disse uma das fontes.

(Por Alberto Alerigi Jr.)