Despesas menores fazem Bradesco lucrar 10% a mais no 1º tri, a R$ 5,1 bi
Uma queda vigorosa das provisões para perdas com calotes e o controle das despesas administrativas lastrearam uma alta de quase 10% do lucro do Bradesco no primeiro trimestre, compensando a continuada fraqueza do crédito e das receitas com seguros.
O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira (26) que teve lucro recorrente de R$ 5,102 bilhões no período, alta de 9,8% ante mesma etapa de 2017. Na comparação com o trimestre anterior, o lucro cresceu 4,94%. O lucro contábil, que referencia a remuneração aos acionistas, subiu 9,7% ano a ano, para R$ 4,47 bilhões.
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A linha chamada PDD Expandida, que computa perdas com provisões previstas com inadimplência, incluindo baixa contábil de ativos, menos valores recuperados da cobrança, somou R$ 3,89 bilhões, uma queda de 26,3% ano a ano, e de 28% na base sequencial.
Inadimplência caiu
Essa melhora veio a reboque do declínio no índice de inadimplência acima de 90 dias, para 4,39%, queda de 1,2 ponto percentual em 12 meses e o quarto trimestre seguido de redução. O NPL creation, indicador antecedente de inadimplência, foi de 1,2%, ante 1,8% um ano antes.
Além disso, as despesas administrativas de R$ 9,64 bilhões recuaram 0,4% no comparativo anual 5,7% contra o trimestre anterior, refletindo segundo o banco "as sinergias da aquisição do HSBC Brasil e a estratégia de otimização dos pontos de atendimento".
Fechamento de agências e demissões
No fim de março, o Bradesco tinha 4.708 agências, 414 a menos em 12 meses. A folha de pagamento também teve uma redução de 9.050 funcionários no período, para 97,6 mil.
Os efeitos da evolução da qualidade da carteira e do controle das despesas operacionais mais do que compensaram a fraqueza das operações com crédito e seguros.
A carteira de crédito expandida do Bradesco atingiu R$ 486,645 bilhões no fim de março, queda de 3,2% em 12 meses e de 1,3% na base sequencial. O desempenho ficou bem abaixo do intervalo previsto pelo próprio banco para 2018, de expansão de 3% a 7%.
O movimento veio na contramão do rival menor Santander Brasil, que na terça-feira anunciou alta de 9% da carteira de crédito no primeiro trimestre.
Comando novo
Em outra frente, os prêmios emitidos de seguros, previdência e capitalização caíram 17,1% sequencialmente e 2,1% contra um ano antes, para R$ 17,57 bilhões.
De todo modo, o banco que passou por um troca de comando em março, com Octavio de Lazari assumindo a presidência-executiva no lugar de Luiz Carlos Trabuco, fechou o trimestre com rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 18,6%, alta sequencial de 0,6 ponto e de 0,3 ponto ano a ano.
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