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China surpreende e mantém taxa de juros com economia perdendo força

14/06/2018 07h03

XANGAI (Reuters) - O banco central da China deixou inalteradas as taxa de juros para empréstimos interbancários nesta quinta-feira, uma decisão inesperada que deu de ombros para o aperto da política monetária nos Estados Unidos e foi tomada juntamente com a divulgação de dados mostrando que a segunda maior economia do mundo perdeu mais força do que o esperado.

A decisão do Banco do Povo da China destacou a incerteza sobre as perspectivas econômicas no momento em que as autoridades tentam enfrentar o desafio de uma disputa comercial com os Estados Unidos e a batalha do governo contra a dívida.

A taxa para operações de recompra reversa de sete dias foi mantida em 2,55 por cento, a de 14 dias permaneceu em 2,70 por cento e a de 28 dias ficou em 2,85 por cento, disse o banco central em comunicado em seu site.

As recompras reversas são uma das ferramentas mais comumente usadas do banco central para controlar a liquidez no sistema financeiro.

Analistas esperavam que o banco central chinês acompanhasse o Federam Reserve e elevasse o juros, como tem a tendência de fazer, para manter estável o spread entre os rendimentos dos títulos chineses e norte-americanos, reduzindo os riscos de potencial saída de capital que poderia pressionar o iuan.

"Mas parece agora que o banco central chinês não precisa mais estabilizar a moeda", disse Ken Cheung, estrategista sênior do Mizuho Bank.

"Os dados econômicos de maio mostraram fraqueza na economia. Acredito que eles escolheram não elevar os juros agora para manter o ímpeto de crescimento econômico."

A China divulgou dados de atividade mais fracos do que o esperado para maio, ampliando a visão de que a economia está finalmente começando a desacelerar sob o peso do prolongado combate aos empréstimos mais arriscados que eleva os custos do empréstimo a empresas e consumidores.

Na quarta-feira o Fed elevou a taxa de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual pela segunda vez no ano, e deve fazer mais duas elevações em 2018.

(Reportagem de Winni Zhou e John Ruwitch)