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Maiores bancos dos EUA passam em primeira fase de teste anual de estresse do Fed

21/06/2018 18h05

WASHINGTON (Reuters) - Os 35 maiores bancos dos Estados Unidos passaram no primeiro estágio de um teste anual de estresse, mostrando que conseguiriam manter capital suficiente em uma recessão extrema para atender às exigências regulatórias, disse o Federal Reserve, banco central norte-americano, nesta quinta-feira.

Embora os bancos, incluindo nomes familiares como JPMorgan Chase&Co, Citigroup e Bank of America, sofram perdas totais de 578 bilhões de dólares no cenário mais severo do Fed até hoje, seu nível de capital de alta qualidade seria substancialmente mais alto do que o limite exigido pelos reguladores - e superior aos níveis imediatamente anteriores à crise de 2007 a 2009, disse o Fed.

“Apesar de um cenário difícil e outros fatores que afetaram o teste deste ano, os níveis de capital das empresas após a severa recessão global hipotética são mais elevados do que os níveis reais de capital de grandes bancos nos anos que antecederam a recessão mais recente,” disse em comunicado o vice-chair do Fed, Randal Quarles.

O Fed introduziu os testes de estresse na esteira da crise financeira para garantir a força do setor bancário, cuja capacidade de emprestar é considerada crucial para a saúde da economia.

Desde que o primeiro teste foi realizado em 2009, os grandes bancos viram as perdas diminuírem, as carteiras de empréstimos melhorarem e os lucros crescerem. Os bancos que passaram pelo exame também fortaleceram seus balanços, acrescentando mais de 800 bilhões de dólares em capital de alta qualidade, disse o Fed.

Os bancos e seus investidores esperavam que as melhorias levassem o Fed a permitir que eles usassem mais capital para recompras de ações e dividendos, e também aumentassem a possibilidade de mais alívio regulatório prometido pela administração do presidente norte-americano, Donald Trump.

O Fed aumenta a dificuldade do teste à medida que o ambiente econômico mais amplo melhora. Este ano, o teste apresenta uma severa recessão global, com a taxa de desemprego nos EUA subindo quase 6 pontos percentuais, chegando a 10 por cento, acompanhada por uma inclinação da curva dos rendimento dos Treasuries.

Apesar de apresentar um forte desempenho geral, os resultados de alguns bancos foram afetados negativamente pela reforma tributária nos cenários hipotéticos, disseram autoridades do Fed.

Este ano também é o primeiro em que o Fed divulgará publicamente os resultados de seis credores estrangeiros, incluindo o Deutsche Bank, Credit Suisse e o UBS Group.

(Por Michelle Price e David Henry)