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EUA estão "abrindo fogo" contra o mundo com ameaças de tarifas, diz a China

Elias Glenn e Christian Shepherd

05/07/2018 07h14

PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos estão "abrindo fogo" contra o mundo com sua ameaça de tarifas, alertou a China nesta quinta-feira (5), afirmando que ninguém quer uma guerra comercial, mas que responderá no instante em que as medidas dos EUA entrarem em vigor.

As tarifas do governo norte-americano sobre US$ 34 bilhões em importações de bens chineses devem entrar em vigor na sexta-feira (6), pouco depois do meio-dia no horário de Pequim.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, tem ameaçado intensificar o conflito comercial com tarifas sobre até US$ 450 bilhões em bens chineses se a China retaliar, com a disputa afetando os mercados financeiros.

A China afirmou que não irá "disparar o primeiro tiro", mas sua agência alfandegária deixou claro nesta quinta-feira que as tarifas chinesas sobre bens norte-americanos entrarão em vigor imediatamente depois que as taxas dos EUA sobre bens chineses começarem.

Falando em entrevista à imprensa semanal, o porta-voz do Ministério do Comércio, Gao Feng, alertou que as tarifas propostas dos EUA afetarão cadeias internacionais de fornecimento, incluindo empresas estrangeiras na segunda maior economia do mundo.

"Se os EUA implementarem tarifas, eles na verdade estarão acrescentando tarifas a empresas de todos os países, incluindo empresas chinesas e norte-americanas", disse Gao.

"As medidas dos EUA estão essencialmente atacando as cadeias globais de oferta e de valor. Para simplificar, os EUA estão abrindo fogo contra o mundo todo, incluindo contra si mesmo", disse ele.

"A China não vai se curvar diante das ameaças e chantagens e não vai vacilar com sua determinação em defender o livre comércio e o sistema multilateral".

Questionado se empresas dos EUA serão alvos de "medidas qualitativas" na China em uma guerra comercial, Gao disse que o governo vai proteger os direitos legais de todas as empresas estrangeiros no país.

Gao disse ainda que a expectativa é de que o comércio exterior continue em uma trajetória estável no segundo semestre, embora investidores temam que uma guerra comercial plena entre os dois países seja um golpe forte às exportações e a economia chinesas.

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