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Vale reduz vendas de níquel no 2º tri em 13,7%; corta previsão de produção em 2018

16/07/2018 10h07

Por Marta Nogueira e Alexandra Alper

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de níquel da Vale caíram 13,7 por cento no segundo trimestre ante o mesmo período de 2017, enquanto a produção ficou quase estável na mesma comparação, diante da estratégia da empresa de priorizar valor sobre volume, informou a mineradora nesta segunda-feira.

A maior produtora global de níquel vendeu 61,6 mil toneladas de níquel entre abril e junho, queda de 13,7 por cento ante o mesmo período de 2017 e avanço de 6,4 por cento ante os primeiros três meses deste ano, informou a empresa, em seu relatório trimestral de produção.

Em meio à queda dos embarques ante o ano passado, a empresa reduziu a previsão de produção de níquel em 2018 para 250 mil toneladas, ante 263 mil na expectativa anterior, "em função da estratégia de obtenção de mais valor sobre volume, das condições atuais de mercado para os diferentes produtos" e "em linha com o compromisso da Vale de disciplina na oferta de produção".

A queda nas vendas no segundo trimestre, segundo a Vale, ocorreu devido principalmente à utilização de estoques de produtos acabados no segundo trimestre de 2017 contra um aumento de estoques no mesmo período deste ano.

"Os volumes de venda foram menores do que os números de produção, refletindo a prioridade da maximização de valor sobre volume, em função da menor demanda em alguns segmentos de mercado e dos prêmios em outros segmentos cujas linhas de produção tomam mais tempo para preparação do produto", afirmou a mineradora.

A produção de níquel da mineradora Vale somou 66,2 mil toneladas no segundo trimestre, alta de 0,3 por cento ante abril a junho de 2017 e alta de 13 por cento ante o primeiro trimestre deste ano.

O aumento em relação ao primeiro trimestre deveu-se principalmente ao retorno à produção da refinaria de Matsusaka, no Japão, após parada programada de manutenção, à maior produção em Vale Nova Caledônia (VNC), e ao retorno da produção da mina de Coleman, em Sudbury, em abril.

"Espera-se que a produção de níquel alcance cerca de 60.000 toneladas no terceiro trimestre de 2018, conforme Sudbury entra em uma parada programada de manutenção ao mesmo tempo em que Thompson passará a ser uma operação de 'mine-mill', com seu concentrado sendo enviado para o 'smelter' de Sudbury para processamento adicional", disse a Vale.

Em dezembro, a Vale já havia reduzido sua previsão de produção de níquel para o ano. A empresa trabalha para melhorar a rentabilidade de ativos e se prepara para um potencial aumento dos preços da commodity, em meio a expectativas de demanda pelo setor de baterias para carros elétricos. Para isso, está buscando revisões estratégicas na área.

No caso do cobre, as vendas da Vale alcançaram 94,6 mil toneladas no segundo trimestre, queda de 8 por cento ante o mesmo período de 2017, devido a devido à venda de estoques de produtos acabados no segundo trimestre de 2017, e avanço de 7,9 por cento ante os três primeiros meses do ano.

Já a produção de cobre alcançou 97,9 mil toneladas no segundo trimestre, queda de 2,9 por cento ante o mesmo período do ano passado e alta de 4,9 por cento ante o primeiro trimestre deste ano.

O aumento comparado ao primeiro trimestre ocorreu, principalmente, devido ao retorno à operação da mina de Coleman, em Sudbury, e ao forte desempenho da operação de Salobo. A diminuição em relação ao segundo trimestre de 2017 ocorreu, principalmente, devido à parada programada de manutenção em Voisey’s Bay e aos menores teores em Sossego.

(Por Marta Nogueira)