UE, Canadá e montadoras criticam plano de tarifas de Trump
WASHINGTON (Reuters) - A administração Trump está recebendo muitas críticas de fabricantes de automóveis e governos estrangeiros por considerar a imposição de tarifas de até 25 por cento em carros e peças importadas, em meio a preocupações de que a medida aumentaria os preços dos veículos e prejudicaria as vendas e os empregos no setor.
O governo abriu uma investigação em maio sobre se os carros e peças importadas representavam um risco à segurança nacional dos Estados Unidos e realizou uma audiência sobre o inquérito nesta quinta-feira, coletando o testemunho de grupos comerciais do setor automobilístico, governos estrangeiros e outros.
O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse na audiência que é "muito cedo" para dizer se o presidente Donald Trump imporia as tarifas, mesmo que muitas montadoras e membros do Congresso pensem que é uma conclusão precipitada.
Ele disse que a audiência visava determinar "se a ação do governo é necessária para garantir a viabilidade da produção doméstica dos EUA".
A embaixadora do Canadá nos EUA, Kirsten Hillman, disse durante a audiência que a imposição de tarifas sobre importações canadenses seria "devastadora" para o setor de automóveis norte-americano e que o Canadá responderia de "maneira proporcional" se as tarifas fossem impostas.
"O Canadá não poderia representar qualquer risco para a segurança nacional dos EUA", disse ela.
O embaixador da União Europeia, David O'Sullivan, disse que a sugestão de que as importações de veículos e partes dos "aliados mais próximos" dos EUA seriam um risco à segurança era "absurda" e que "falta legitimidade".
Um grupo representando grandes montadoras de carros disse ao Departamento de Comércio nesta quinta-feira que a imposição de tarifas de 25 por cento sobre carros e peças importados aumentaria o preço de veículos nos EUA em 83 bilhões de dólares anualmente e custaria centenas de milhares de empregos.
As tarifas também prejudicariam a pesquisa e o desenvolvimento de carros autônomos e veículos elétricos, acrescentou o grupo.
(Por David Shepardson)
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