IPCA-15 sobe menos que o esperado em julho, mas supera centro da meta pela 1ª vez em mais de um ano
SÃO PAULO (Reuters) - Ainda bastante pressionado pelos efeitos das tarifas de energia elétrica mais salgadas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) voltou a ficar acima do centro da meta do governo em julho pela primeira vez em mais de um ano, mas não deve mudar os planos do Banco Central de não mexer nos juros.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, subiu 0,64 por cento em julho após a alta de 1,11 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, maior avanço para este período desde 2004 (+0,93 por cento).
Em 12 meses até julho, o IPCA-15 acelerou a alta a 4,53 por cento, contra avanço de 3,68 por cento em junho, voltando a ficar acima do centro da meta, de 4,5 por cento pelo IPCA com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, pela primeira vez desde março de 2017 (4,73 por cento).
Os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters com analistas de alta de 0,75 por cento na comparação mensal e de 4,64 por cento na base anual.
Segundo o IBGE, o maior impacto no indicador deste mês ficou por conta do grupo Habitação, com inflação de 1,99 por cento, respondendo por quase a metade do IPCA-15 de julho (0,31 ponto percentual). O grande destaque ficou para os preços de energia elétrica, com salto de 6,77 por cento devido à bandeira vermelha 2 que vem impactando as contas de energia desde junho.
O grupo Alimentação e Bebidas e Transportes mostraram desaceleração da alta por conta do realinhamento dos preços após a greve dos caminhoneiros do final de maio que afetou o abastecimento principalmente de alimentos e combustíveis, segundo o IBGE.
A inflação de alimentação caiu a 0,61 por cento, sobre 1,57 por cento em junho, com destaque para as quedas nos preços de batata-inglesa (-24,80 por cento), tomate (-23,57 por cento) e cebola (-21,37 por cento).
Já o avanço dos preços de Transportes enfraqueceu a 0,79 por cento em julho após subir 1,95 por cento no mês anterior, com recuo de 0,57 por cento nos combustíveis diante da redução nos preços do óleo diesel, etanol e gasolina.
Mesmo com essa pressão inflacionária pontual, junto com a forte valorização do dólar frente ao real, o BC deve continuar mantendo sua taxa básica de juros na mínima histórica de 6,50 por cento por um bom tempo, em meio à atividade econômica ainda fraca e expectativas de inflação ancoradas.
Veja detalhes na variação mensal (%):
Grupo Junho Julho
Índice Geral +1,11 +0,64
Alimentação e Bebidas +1,57 +0,61
Habitação +1,74 +1,99
Artigos de Residência +0,38 +0,36
Vestuário -0,08 -0,14
Transportes +1,95 +0,79
Saúde e Cuidados Pessoais +0,55 -0,08
Despesas Pessoais +0,22 +0,34
Educação +0,01 -0,06
Comunicação +0,02 +0,05
(Por Camila Moreira; Edição de Patrícia Duarte)
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