Fibria vê demanda "muito boa" por celulose até o fim do ano
SÃO PAULO (Reuters) - A produtora de celulose Fibria vê a demanda pela matéria-prima do papel elevada até o final do ano pelo menos, com restrições na China sobre importações de papel reciclado e entrada em operação de novas máquinas que consomem o insumo, afirmaram executivos da companhia nesta quarta-feira.
"Continuamos vendo demanda muito boa (por celulose) no terceiro e quarto trimestres, pela própria dinâmica dos clientes...Não tem nenhuma razão para nenhum mercado começar a reduzir demanda", disse o diretor comercial da Fibria, Henri Philippe Van Keer, durante teleconferência com jornalistas.
Por conta da demanda elevada e oferta restrita, os preços da celulose devem continuar em elevação nos próximos meses, afirmou Van Keer, evitando fazer projeções específicas.
Já o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, afirmou que a empresa avalia que a demanda por celulose deve continuar forte nos próximos dois a três anos. Segundo ele, a China deve continuar um dos principais países demandantes de celulose, o que pode fazer a empresa optar mais adiante por vender mais ao país que em outras regiões do mundo.
A empresa divulgou mais cedo crescimento de 133 por cento na geração de caixa recorde medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no segundo trimestre sobre um ano antes, para o recorde de 2,5 bilhões de reais.
Castelli afirmou que o desempenho poderia ter sido melhor, não fossem impactos da greve dos caminhoneiros no fim de maio, que causou perda de 67 mil toneladas de produção, equivalente a três dias, e fez a empresa deixar de vender 100 mil toneladas de celulose.
Mas o executivo comentou que a Fibria já voltou a operar em ritmo normal e que a empresa não deixou de cumprir contratos de entrega de celulose durante a greve. A empresa deve recuperar as vendas nos próximos meses e não programa nenhuma parada de produção para manutenção no segundo semestre, disse Castelli.
A Fibria voltou a reduzir o endividamento no período e, segundo o diretor financeiro, Guilherme Cavalcanti, "a perspectiva é de redução ainda mais intensa nos próximos trimestres" diante de uma comparação favorável com 2017, quando o câmbio e os preços de celulose estavam em níveis inferiores.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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