Eneva disputará leilão de energia A-6 com cerca de 500 MW em projetos termelétricos
SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica Eneva participará do leilão de energia A-6 agendado pelo governo federal para 31 de agosto com dois projetos termelétricos que somam capacidade de cerca de 500 megawatts, disse nesta quinta-feira o presidente da companhia, Pedro Zinner, em teleconferência com acionistas e analistas.
O leilão contratará empreendimentos para início de operação a partir de 2024 e os vencedores assinarão contratos de longo prazo para a venda da produção futura às distribuidoras de energia.
Segundo Zinner, a Eneva quer viabilizar no certame a construção da termelétrica de Azulão, com cerca de 100 megawatts em capacidade, em um campo de gás adquirido recentemente junto à Petrobras, assim como o chamado "fechamento de ciclo" de sua termelétrica Parnaíba I, já em operação, que ampliaria a potência instalada em cerca de 380 megawatts.
"Esses são os dois grandes projetos de potencial de crescimento orgânico da companhia", disse o executivo.
Ele afirmou ainda que o fato de os projetos da Eneva serem de menor porte em relação a outras termelétricas pode facilitar a vitória na concorrência, que acontecerá em meio a um cenário de baixa demanda das distribuidoras por energia devido à crise do país.
"Os projetos, pela capacidade menor, podem vir a ter uma competitividade maior nesse leilão", explicou.
O presidente da Eneva também disse que a construção da usina de Azulão replicaria na bacia do Amazonas, a cerca de 290 km a leste de Manaus, um modelo de implementação de geração térmica "na boca do poço" de reservatórios de gás que a empresa já aplicou com sucesso na bacia do Parnaíba, no Maranhão.
Já o fechamento de ciclo na térmica Parnaíba I, que hoje tem 676 megawatts e poderia receber turbinas adicionais a vapor, foi colocado pelo executivo também como um projeto com grandes chances de vitória no leilão devido a seus baixos custos.
"O fechamento do ciclo é um projeto extremamente eficiente e rentável para a companhia", disse.
A Eneva ainda está aberta a avaliar possíveis aquisições, segundo o executivo, embora não exista uma meta nesse sentido.
A companhia, que opera 2,2 gigawatts em termelétricas a gás e carvão e tem campos de exploração de gás, fechou o segundo trimestre com resultado líquido de 206 milhões de reais, contra prejuízo de 49,5 milhões de reais. O lucro líquido ajustado foi de 20,3 milhões de reais, ante perda de 38,3 milhões no mesmo período do ano anterior.
A Eneva tem como principais acionistas o banco BTG Pactual, a empresa de investimentos Cambuhy, a alemã Uniper e o Itaú Unibanco.
(Por Luciano Costa)
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