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Kroton vê cenário ainda desafiador para evasão e PDD até 2019, diz diretor de RI

15/08/2018 09h42

SÃO PAULO (Reuters) - A Kroton Educacional vê um cenário macroeconômico ainda desafiador no segundo semestre e também em 2019, o que deve seguir influenciando negativamente os indicadores de evasão e também as provisões de perdas com inadimplência de alunos (PDD), disse nesta quarta-feira à Reuters o diretor de Relações com Investidores da companhia, Carlos Lazar.

"É notório que o macro, principalmente quando se fala em nível de desemprego, não foi minimamente melhorado. Seguimos em ambiente desafiador, tanto para os aspectos de captação quanto PDD e evasão... E 2019 não será menos desafiador para o setor como um todo", afirmou Lazar.

Na véspera, a Kroton reportou queda de 12,8 por cento no lucro líquido do segundo trimestre, para 562 milhões de reais, em um resultado que mostrou aumento de gastos operacionais e despesas com vendas e marketing, além de provisões maiores com inadimplência.

Além da macroeconomia, Lazar destacou que o aumento de 20,1 por cento na PDD entre abril e junho também refletiu a mudança no perfil da base, com entrada de mais alunos pagantes e contemplados com o programa próprio de financiamento da Kroton, o PEP. "O mix dos alunos tem uma correlação direta, na medida que estou perdendo alunos Fies e colocando alunos PEP e pagantes, que têm nível de provisão bem superior", explicou.

Questionado sobre o aumento das despesas no balanço, Lazar destacou que os custos maiores devem-se ao plano de expansão da Kroton, que prevê abertura de 31 novas unidades presenciais só em 2018.

A meta da empresa é chegar a 173 campi até 2019, um esforço com potencial de trazer mais de 180 mil alunos para o grupo no longo prazo, segundo o executivo. "O presencial vai continuar gerando pressão relevante de custos nos próximos dois anos, a partir daí se equilibra e (as novas unidades) começam a ser lucrativas", disse Lazar.

Ele acrescentou que a companhia também espera colher a partir de 2019 os frutos da aquisição da Somos Educação, se a operação for aprovada pelas autoridades concorrenciais.

"Temos trabalho de planejamento de integração que deve acontecer até meados do ano que vem e gera nova oportunidade para companhia no curto a médio prazo, com sinergias e oportunidades de novas áreas de crescimento", afirmou.

Lazar ressaltou que a alavancagem da companhia terá "mudança radical" para pagar a compra da Somos e, por isso, a companhia não planeja elevar a distribuição de dividendos aos acionistas, atualmente em 40 por cento do lucro.

Em 2018, as ações da Kroton Educacional acumulam queda de cerca de 40 por cento.

(Por Gabriela Mello)