Bolsonaro fará campanha via internet, quando tiver condições, diz filho Flavio
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O deputado estadual Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou nesta segunda-feira que seu pai, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), vai fazer campanha ao Palácio do Planalto por meio da internet, quando tiver condições para isso, após ter sido esfaqueado durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG) na quinta-feira passada.
"Ele (Bolsonaro) vai fazer a campanha agora, quando tiver condições, basicamente via internet e da nossa parte e de todos os candidatos do PSL um empenho ainda maior para mostrar para quem tentou tirar a vida dele e manchar de sangue essa campanha eleitoral que a vontade do povo vai ser respeitada", disse ele, em entrevista coletiva após deixar a sede da Polícia Federal em Brasília.
Flavio e seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), reuniram-se nesta tarde em Brasília com o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, para discutir a necessidade de medidas de reforço de segurança do candidato a presidente e de pessoas próximas a ele, além de conversar sobre o andamento das investigações do atentado.
O deputado estadual afirmou que o candidato a vice na chapa, o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB), vai continuar a "fazer a campanha como vem fazendo".
Em entrevista à Reuters publicada mais cedo, o também general da reserva Augusto Heleno, que tem ajudado na campanha do presidenciável, disse que Mourão vai acabar sendo "protagonista" durante a recuperação do candidato. [nL2N1VW11U]
Flavio destacou que caberá a Jair Bolsonaro - "que é quem comanda esse time" - decidir sobre eventuais mudanças na forma de fazer campanha. "Nós somos soldados, enquanto o nosso capitão está lá no hospital, nós estaremos nas ruas fazendo as campanhas dele", disse, ao avaliar, juntamente com o irmão, que o ataque poderá levar Bolsonaro a ganhar no primeiro turno.
SEGURANÇA
O diretor-geral da PF, segundo Flavio relatou após o encontro, ficou de avaliar um reforço na segurança já realizada pelos policiais para o presidenciável e parentes dele. Galloro pediu para que o PSL formalize esse pedido, que deverá ser respondido em breve, segundo o deputado estadual.
"Quero deixar claro que essa situação é uma situação de exceção, o trato da Polícia Federal é com o partido e não com os familiares", destacou Eduardo Bolsonaro, ao agradecer o fato de Galloro ter retornado de uma viagem aos Estados Unidos para atendê-los.
INVESTIGAÇÕES
Flavio disse que o diretor-geral da PF tranquilizou-os sobre o andamento das investigações, embora não tenha dito como ela está. Na entrevista, os dois filhos de Bolsonaro não descartaram a possibilidade de o ataque ter sido cometido por mais de uma pessoa.
"A gente acredita muito no trabalho da Polícia Federal e a gente sabe que, se houver mais pessoas envolvidas, a Polícia Federal encontrará e eles próprios poderão passar para todo mundo", disse Flavio. Ele citou que o inquérito do caso corre sob sigilo e não quis fazer prognóstico sobre quando a apuração será encerrada.
NOVA CIRURGIA
Na entrevista coletiva, Flavio disse ainda que a segunda cirurgia por que vai passar Bolsonaro estava prevista e não significa nada “fora do normal”, após boletim médico do hospital Albert Einstein, em São Paulo, informar sobre a cirurgia, para reconstruir o trânsito intestinal e retirar uma bolsa de colostomia.
Ele afirmou que a medida constava do protocolo médico, uma vez que ele teve uma interrupção no sistema digestivo e vai precisar fazer uma religação dele.
"Era algo que estava previsto e vai ocorrer no momento em que eles avaliarem que não há risco de infecção para que essa cirurgia ocorra. Nada fora do normal", comentou.
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