IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Venda de Belo Monte não deve acontecer no curto prazo, diz Petros

11/09/2018 18h21

Por Carolina Mandl

FLORIANÓPOLIS (Reuters) - Os acionistas da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, não devem vender suas participações no empreendimento no curto prazo, disse um diretor do fundo de pensão Petros nesta terça-feira, durante evento em Florianópolis (SC).

A enorme usina, no rio Xingu, tem investimentos estimados em mais de 35 bilhões de reais, mas o diretor de investimentos da Petros, Daniel Lima, disse que ela não deverá exigir novos aportes dos sócios até a conclusão das obras e em breve irá gerar um fluxo de caixa estável, pagando dividendos aos acionistas.

A hidrelétrica é controlada pela Norte Energia, que tem como principais sócios subsidiárias da Eletrobras, as elétricas Neoenergia, Cemig e Light e os fundos de pensão Petros e Previ, além da mineradora Vale.

"Uma solução para Belo Monte virá da companhia quando ela operar com plena capacidade", afirmou Lima.

Apesar de já estar em operação, a usina de Belo Monte ainda tem enfrentado alguns desafios. Limitações na rede de transmissão que escoaria a produção do empreendimento têm gerado impactos financeiros sobre a usina, conforme publicado pela Reuters em julho.

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., tem afirmado que a usina do rio Xingu deverá estar totalmente em operação até o final de 2019.

Antes do comentário da Petros, a Cemig já havia afirmado publicamente que pretende vender sua fatia em Belo Monte, que está entre os ativos colocados em um amplo plano de desinvestimentos da companhia. Em abril, no entanto, a elétrica mineira disse que a negociação referente a Belo Monte foi adiada para 2019.

Executivos da Eletrobras também já afirmaram em ocasiões anteriores que a estatal pode avaliar a possibilidade de vender sua fatia no empreendimento na sequência de uma eventual negociação liderada pelos outros sócios, exercendo o direito de "tag-along".

No ano passado, sócios da usina chegaram a oferecer a venda de suas fatias à investidora chinesa Zhejiang Electric Power Construction (ZEPC), mas as conversas não foram adiante, conforme publicado pela Reuters à época com informação de fontes.