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Trump impõe tarifas sobre US$200 bi em produtos chineses e ameaça taxar outros US$267 bi

David Lawder

Washington

17/09/2018 20h08

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (17) que vai impor tarifas de 10% sobre cerca de US$ 200 bilhões em produtos chineses, mas deixou de lado relógios inteligentes da Apple e do Fitbit e outros produtos de consumo, como capacetes para ciclistas e cadeirinhas infantis para automóveis.

Em comunicado anunciando a nova rodada de tarifas, Trump alertou que se a China tomar medidas retaliatórias contra fazendeiros ou indústrias dos EUA, "vamos buscar imediatamente a fase 3, que são tarifas sobre aproximadamente US$ 267 bilhões em importações adicionais".

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O recolhimento das tarifas sobre a aguardada lista vai começar no dia 24, mas a alíquota vai subir para 25% no fim de 2018, permitindo às companhias dos EUA algum tempo para ajustar suas cadeias de fornecimento em outros países, disse uma autoridade do governo.

Os EUA já impuseram tarifas sobre produtos chineses no valor de US$ 50 bilhões para pressionar a China a fazer mudanças radicais em suas políticas de comércio, transferência de tecnologia e subsídios industriais de alta tecnologia.

A escalada das tarifas de Trump sobre a China ocorre após negociações entre as duas maiores economias do mundo para resolver diferenças comerciais não produzirem resultados. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, convidou na semana passada altos funcionários chineses para uma nova rodada de negociações, mas até agora nada foi marcado.

Um funcionário de alto escalão do governo Trump disse que os EUA estão abertos a futuras negociações com Pequim, mas não deu detalhes imediatos sobre quando novas reuniões podem ocorrer.

"Este não é um esforço para restringir a China, mas para trabalhar com a China e dizer: É hora de abordar essas práticas comerciais injustas que identificamos e que prejudicam todo o sistema de comércio", disse ele.

A China prometeu retaliar ainda mais as novas tarifas dos EUA, com a mídia estatal defendendo um contra-ataque agressivo.

O iuan da China em moeda estrangeira caiu cerca de 6% em relação ao dólar desde meados de junho, compensando a alíquota de 10% por uma margem considerável.

O escritório do representante de Comércio dos EUA eliminou cerca de 300 categorias de produtos da lista de tarifas proposta, junto com alguns subconjuntos de outras categorias, mas autoridades do governo disseram que o valor total da lista revisada ainda seria de cerca de US$ 200 bilhões.

Uma ampla categoria de dispositivos conectados à internet de US$ 23 bilhões seguirá sujeita a tarifas, mas alguns produtos, como relógios inteligentes, dispositivos bluetooth e outros produtos de tecnologia para o consumidor foram removidos.

Também foram poupados das tarifas os insumos chineses para os produtos químicos produzidos nos EUA usados na manufatura, têxteis e agricultura.

Os ajustes fizeram pouco para apaziguar os grupos de tecnologia e varejo que argumentavam que as tarifas afetariam duramente os consumidores.

"A decisão do presidente Trump de impor mais US$ 200 bilhões é imprudente e causará danos duradouros às comunidades em todo o país", disse Dean Garfield, presidente do Information Technology Industry Council, que representa as principais empresas de tecnologia.

Será que a China é mesmo um país comunista?

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