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Bovespa mostra volatilidade com cenário eleitoral contrapondo exterior benigno

20/09/2018 12h08

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não mostrava uma tendência clara nesta quinta-feira, perdendo o fôlego após uma abertura mais positiva, conforme agentes financeiros seguem receosos com o cenário ainda aberto na disputa presidencial.

Às 11:58, o Ibovespa caía 0,18 por cento, a 78.026,11 pontos. O volume financeiro somava 2,8 bilhões de reais.

Pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta quinta-feira mostrou que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, continua na liderança da disputa pelo Palácio do Planalto, agora com 28 por cento de apoio, e o candidato do PT, Fernando Haddad, com 16 por cento, em empate técnico com Ciro Gomes (PDT), que registra 13 por cento.

Na visão da equipe da corretora Brasil Plural, conforme nota a clientes, o Datafolha mostra um cenário mais aberto e fragmentado do que aquele avaliado pelo Ibope na pesquisa divulgada na noite de terça-feira.

"No entanto, Bolsonaro e Haddad seguem em trajetória de alta, enquanto seus rivais estão parados, o que torna um segundo turno entre os dois bastante provável", avaliou a Brasil Plural.

O viés positivo bolsas no exterior favoreceu ganhos no começo do pregão. Wall Street começou a sessão no azul, com o S&P 500 atingindo nova máxima recorde, ajudado pelo avanço de ações de tecnologia e com a percepção de que as novas tarifas dos EUA e China são menos danosas do que se temia.

O dólar também enfraquecia perante uma cesta de moedas diante da menor preocupação com os reflexos do embate comercial entre Washington e Pequim.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,41 por cento e BRADESCO PN cedia 0,52 por cento, em sessão volátil enquanto o setor de bancos segue suscetível a especulações sobre o desfecho eleitoral. BANCO DO BRASIL tinha decréscimo de 0,37 por cento, mas SANTANDER BRASIL UNIT avançava 0,62 por cento.

- PETROBRAS PN perdia 0,25 por cento, em sessão com os contratos do petróleo se firmando no vermelho no exterior e com o papel também vulnerável às expectativas políticas.

- VALE subia 0,41 por cento, alinhada ao movimento de outras mineradoras no exterior. A companhia também disse em evento na China que está avaliando a expansão de seu emblemático projeto de minério de ferro S11D, no Pará, em busca de ganhos com o crescente apetite por variedades da commodity com alto teor em seu maior mercado, a China.

- COPEL avançava 2,95 por cento, após divulgar na véspera que iniciou a operação em testes do Complexo Eólico Cutia, o qual é formado por 7 parques (Cutia, Guajuru, Esperança do Nordeste, Jangada, Maria Helena, Paraíso dos Ventos do Nordeste e Potiguar) e totaliza 180,6 MW de capacidade instalada.

- GOL PN apreciava-se 2,67 por cento, engatando a quinta sessão consecutiva de alta, no melhor desempenho do índice. No ano, porém, papel ainda acumula perda ao redor de 25 por cento.

- ULTRAPAR caía 2,56 por cento, tendo no radar que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP) decidiu na véspera abrir tomada pública de contribuições sobre a verticalização da cadeia de distribuição de combustíveis, com o objetivo de retirar barreiras regulatórias e acabar com nichos de mercado artificiais. COSAN cedia 0,6 por cento.

- CCR recuava 1,71 por cento. Em nota a clientes, a XP Investimentos considerou negativa a notícia publicada no jornal Valor Econômico de que a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) pediu a suspensão de cautelar que, desde o fim do ano passado, limita as operações do aeroporto de Pampulha, em Belo Horizonte, a voos regionais. O processo ainda será levado ao plenário do tribunal. A CCR é sócia do consórcio que explora o aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, que tem se beneficiado do fechamento de Pampulha para voos interestaduais.

(Por Paula Arend Laier)