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Paulo Guedes segue firme, diz Bolsonaro à Folha

21/09/2018 17h10

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira ao jornal Folha de S.Paulo que seu coordenador econômico, Paulo Guedes, segue firme no cargo, após uma polêmica sobre propostas tributárias que o economista teria apresentado a investidores.

Bolsonaro afirmou que a unificação de alíquotas de Imposto de Renda, que teria sido defendida por Guedes, é uma "boa ideia".

Na quarta-feira, a própria Folha publicou que Guedes disse, em encontro com investidores, que criaria um novo imposto nos moldes da CPMF, e que unificaria em 20 por cento todas as alíquotas do Imposto de Renda. A proposta foi duramente criticada por rivais de Bolsonaro na corrida presidencial, que afirmaram que as medidas penalizaria os mais pobres.

"O Paulo segue firme", disse Bolsonaro, segundo a Folha, de seu leito no hospital Albert Einstein, onde se recupera de duas cirurgias a que foi submetido depois de ser alvo de uma facada no início do mês.

Guedes cancelou três aparições públicas que faria entre a quinta e esta sexta-feira após a polêmica sobre a proposta tributária atribuída a ele.

"Olha, ele (Guedes) não tem experiência política. O cara dá uma palestra de uma hora, fala uma coisa por segundos e a imprensa cai de porrada nele", disse o presidenciável, de acordo com jornal, que afirmou ter conversado por telefone por cerca de quatro minutos com Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República.

"Se ele usa a palavra IVA (Imposto de Valor Agregado) e não CPMF, não tem confusão nenhuma. Parece uma boa ideia. A alíquota única do IR é uma boa ideia", acrescentou.

Bolsonaro também disse à Folha que não participará de eventos de campanha nem de debates até o primeiro turno, marcado para 7 de outubro.

"Eu cumpro rigorosamente as ordens médicas. É impossível eu ir para a rua ou participar de debates antes do primeiro turno. Vou fazer participações pela internet", afirmou.

Em vídeo publicado em sua conta no Twitter mais cedo, Bolsonaro afirmou que espera receber alta até o final deste mês, informação que reiterou ao jornal.

(Por Eduardo Simões)