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Presidente do Banco do Japão diz que é preciso olhar para o lado negativo da política de flexibilização

25/09/2018 10h50

Por Leika Kihara

OSAKA (Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse nesta terça-feira que o banco central entrou em uma fase em que deve considerar não apenas os méritos, mas os efeitos colaterais de seu massivo programa de estímulo "de maneira equilibrada".

Ele também disse que o novo compromisso do Banco do Japão de manter as taxas de juros muito baixas por um "período prolongado" não significa que taxas próximas de zero serão mantidas permanentemente, lembrando aos mercados que o banco central poderá elevar as taxas se a taxa de inflação subir.

"Esperamos alcançar a inflação de 2 por cento o mais cedo possível, mantendo nosso poderoso afrouxamento monetário, para que possamos começar a normalizar a política monetária", disse Kuroda.

Kuroda disse que, embora ele não descarte a possibilidade de mudar o compromisso, o momento é apropriado, já que a inflação continua distante da meta do Banco do Japão.

Embora suas observações não sugiram uma mudança política imediata, elas deixam a porta aberta a uma mudança e enfatizam um senso crescente no Banco do Japão de que ele não pode sustentar seu estímulo massivo e radical sem se concentrar nos efeitos colaterais da política.

Kuroda disse que enquanto os salários e os preços estão subindo, refletindo um fortalecimento da recuperação econômica, a conquista de sua meta de 2 por cento está levando mais tempo do que o esperado.

"Sob tal situação econômica e de preços bastante complexa, a política monetária deve levar em conta vários desenvolvimentos de maneira abrangente", disse ele a líderes empresariais em Osaka.

"Isso significa que, continuando com o poderoso afrouxamento monetário, agora precisamos considerar tanto seus efeitos positivos quanto os efeitos colaterais de uma maneira equilibrada", disse ele.