UE está aberta a livre comércio, mas não sob plano do Reino Unido, mostra documento
Por Gabriela Baczynska
BRUXELAS (Reuters) - Negociadores da União Europeia estão abertos a oferecer a Theresa May uma área de livre comércio após o Brexit, mas dizem que, contrário ao plano "Chequers" dela, deve haver uma alfândega que deixará o comércio com mais atrito, de acordo com um documento interno da União Europeia visto pela Reuters.
O documento -três páginas de pontos defensivos para autoridades da UE apresentarem contra a proposta da primeira ministra britânica de julho sobre futuras ligações- cita o chefe executivo da União Europeia, Jean-Claude Juncker, dizendo no dia 12 de setembro que a pressão de May para que bens do Reino Unido permaneçam sob regras comuns no mercado da UE é uma proposta inaceitável para continuar "somente com as partes do [mercado único] que você escolhe".
Refletindo comentários feitos desde julho pelo negociador chefe da União Europeia, Michel Barnier, e por líderes nacionais que rebateram May pessoalmente na semana passada durante uma cúpula em Salzburg, o documento descreve o pensamento dos negociadores do bloco sobre o plano "Chequers", que também enfrenta forte oposição dentro do próprio Partido Conservador de May.
Depois de ser aparentemente surpreendida pela postura de outros líderes em Salzburg, May reclamou que a UE não detalhou seus motivos par rejeitar Chequers, que ganhou o nome de sua residência, onde ela o preparou com ministros como uma solução.
Entretanto, o papel da UE não desce a detalhes, concluindo que Chequers "daria ao Reino Unido uma vantagem competitiva injusta". O documento também afirma que autoridades "recebem bem... as propostas para desenvolver uma ambiciosa parceria nova" para a qual a proposta Chequers de uma "área de livre comércio" deveria ser o "ponto de partida".
Os produtos do Reino Unido teriam acesso livre ao mercado da UE se o Reino Unido continuar "cumprindo plenamente a legislação acumulada da União Europeia da mesma força que outros membros do mercado único, incluindo supervisão e fiscalização".
Desde que o Reino Unido rejeitou de forma firme esta possibilidade, dizendo que vai deixar o mercado único e a união aduaneira da UE, o documento diz que um acordo de livre comércio, semelhante ao que o bloco tem com o Canadá ou o Japão, permanece como única opção restante.
"Um acordo de livre comércio não pode garantir inteiramente um comércio sem atritos", continua o documento, acrescentando que deverá haver uma alfândega entre a UE e o Reino Unido depois do Brexit.
"Como resultado, o comércio de produtos do Reino Unido ao longo do tempo se tornará menos integrado economicamente com a UE do que é hoje. Por exemplo, cadeias de suprimento entre fronteiras não vão operar perfeitamente."
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