IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Ipea reduz previsão de crescimento a 1,6% neste ano, acima do esperado pelo mercado

27/09/2018 13h24

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer mais do que espera o mercado financeiro, devido aos estímulos ao consumo e investimentos gerado pela política monetária e ligeiros sinais de melhora no mercado de trabalho, disse um instituto do governo nesta quinta-feira.

O PIB vai crescer 1,6 por cento, ante 1,7 por cento previsto anteriormente, neste ano e 2,9 por cento, ante 3,0 por cento antes, após ajustes na previsão de desempenho da indústria e dos serviços, informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, em comunicado.

No começo do ano, antes da greve dos caminhoneiros que paralisou o país, gerou desabastecimento e interrompeu cadeias de suprimento, o Ipea chegou a estimar um avanço do PIB neste ano de 3 por cento, em linha com o mercado até então.

Na semana passada, um conjunto de mais de 100 instituições cuja opinião é coletada pelo Banco Central, reduziu para 1,35 por cento, ante 1,36 por cento, a estimativa de avanço da economia neste ano.

Em 2019, a indústria vai crescer 2,8 por cento, os serviços terão crescimento de 2,9 por cento e a agropecuária avançará 3,6 por cento, estima o Ipea, que vê o consumo crescendo a 3 por cento e o investimento a 4 por cento no ano que vem.

A sensação de bem-estar econômico da população é muito pior do que os dados da economia real, embora as limitações fiscais ainda representem o principal obstáculo para um crescimento mais forte e rápido do PIB nacional, segundo o Ipea.

Essa sensação pior do que a realidade econômica se deve a contaminação causada pelo processo eleitoral, de acordo com o diretor de estudos e políticas macroeconômicas do órgão, José Ronaldo Castro Junior.

"A incerteza política não vai minar a recuperação da economia, independentemente do governo que seja eleito. O novo presidente eleito deve anunciar medidas positivas para o andamento da economia", disse ele a jornalistas ao frisar que sinalizações nos campos fiscal e previdenciário são essenciais para a confirmação das projeções.

"Muita gente prevê crescimento muito menor e o próprio mercado aposta nisso… apesar de toda sensação de estarmos num momento ruim na economia, os números ainda mostram e respaldam uma retomada."

(Por Rodrigo Viga Gaier)