Temer ficou indignado e abalado com relatório da PF sobre inquérito dos Portos, diz Marun
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta quarta-feira que o presidente Michel Temer ficou "indignado e abalado" com a conclusão do inquérito dos portos em que a Polícia Federal pediu seu indiciamento e de sua filha, Maristela, além de outras nove pessoas, por corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
"São mil páginas de um festival de ilações, onde não instante o tempo expendido, a perseguição ao presidente, mesmo com tudo isso, nessas mil páginas não existe nada de concreto sobre atitude ilícita do presidente", disse Marun, acrescentando que esteve com Temer boa parte da noite anterior, quando saiu o relatório da PF, e o presidente se mostrou abalado.
Marun criticou especialmente o indiciamento de Maristela Temer. A PF alega que a filha do presidente teria sido beneficiada ao ter uma obra na sua casa paga por dinheiro vindo de propinas.
"Parece que para abalar o ânimo de quem se quer atingir se vai atrás de um parente que se quer atingir. Isso é uma pratica que tem que ser abolida", defendeu o ministro. "Mesmo que isso tudo fosse verdade não haveria atitude criminosa da filha do presidente."
Marun, no entanto, afirmou que o governo não trabalha com a hipótese de uma terceira denúncia criminal contra o presidente. Temer já foi alvo de duas denúncias por parte da Procuradoria-Geral da República, baseadas na delação e em gravações feitas por Joesley Batista, do grupo JBS. Em ambas, o Congresso - que precisa autorizar o processo contra o presidente quando ele está no cargo - não permitiu o seguimento do processo.
Na conclusão das investigações do inquérito dos portos entregue ao STF, a PF pediu o indiciamento e o sequestro e bloqueio de bens de Temer e de sua filha, do ex-assessor especial da Presidência Rodrigo Rocha Loures, do coronel João Baptista Lima Filho, um dos amigos mais antigos do presidente, e de sete investigados, conforme despacho do relator do caso na corte, Luís Roberto Barroso.
No relatório final, a PF também solicitou ao Supremo a prisão preventiva do coronel Lima da arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel, e outras duas pessoas ligadas ao grupo Argeplan, empresa de propriedade de Lima que teria sido usada para lavagem de dinheiro de propina, de acordo com o relatório.
O Palácio do Planalto preferiu não comentar oficialmente as acusações contra Temer e sua filha.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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