Haddad diz que gostaria de ter adversário que respeitasse valores democráticos

SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que gostaria de estar disputando o segundo turno da eleição presidencial com um adversário que respeitasse os valores democráticos, numa alusão aos elogios já feitos pelo presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, à ditadura militar que governou o país entre 1964 e 1985.

"Nós nem sempre estivemos juntos em eleições... porque no geral no segundo turno você tinha duas candidaturas razoáveis, as pessoas se dividiam em torno de projetos razoáveis, com algumas distinções, mas o apoio em torno da Constituição, que todos aqui representam, estava sempre garantido", disse Haddad a uma plateia de juristas e advogados ligados a vários partidos, como Paulo Sérgio Pinheiro, que foi secretário de Direitos Humanos no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.

"Não é o caso hoje, infelizmente. Eu gostaria de estar disputando o segundo turno com alguém que tivesse o mínimo de compromisso com os valores democráticos aqui representados", acrescentou. "Tínhamos vários candidatos no primeiro turno e quis o destino que passasse ao segundo turno uma figura da qualidade do deputado Jair Bolsonaro, ou da falta de qualidade."

O segundo turno da disputa presidencial deste ano encerrou um ciclo iniciado em 1994 que sempre teve um candidato do PT e um candidato do PSDB como os dois primeiros colocados da disputa pelo Palácio do Planalto.

(Reportagem de Pedro Belo)