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TSE deve decidir sobre pedidos do PT ainda nesta sexta, diz Gleisi após reunião com Rosa Weber

19/10/2018 17h16

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que há expectativa de uma decisão ainda nesta sexta-feira para as ações movidas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre denúncia de financiamento ilegal a favor do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) para o envio em massa de mensagens pelo WhatsApp contra o petista Fernando Haddad, seu rival.

Após reunião com a presidente do Tribunal, ministra Rosa Weber, Gleisi disse que não houve indicação sobre qual seria o resultado dos pedidos, mas que as matérias seriam despachadas ainda nesta sexta.

"Nós reiteramos o pedido para urgência, ela (Rosa Weber) disse então que hoje ia ter resposta aos nossos pedidos", disse a presidente do PT. "Ela não indicou (o teor da decisão)... Ela só disse para nós que hoje despacharia."

Na véspera, o PT entrou com um pedido de investigação judicial contra a candidatura Bolsonaro por abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação, com base na suspeita de que a campanha esteja sendo beneficiada pelo disparo em massa de mensagens contra o PT, pagas por empresários simpatizantes do candidato.

A presidente do PT defendeu a lisura do tribunal para cuidar das eleições, mas se mostrou preocupada com a atuação da corte em relação à questão.

"Saio muito preocupada da reunião que nós tivemos sobre as condições do Tribunal Superior Eleitoral de enfrentar essa nova situação pela qual está passando o processo eleitoral brasileiro, ou seja, a fabricação de notícias falsas e mentirosas e a disseminação no submundo da internet", disse.

A presidente do PT cobrou respostas imediatas sobre o tema, para que ele não interfira no resultado da eleição, cujo segundo turno ocorre no próximo dia 28.

"Estamos diante de uma boca de urna digital feita em grandes proporções, que mudou o resultado da eleição praticamente no dia da eleição", criticou.

Ainda na quinta-feira, Bolsonaro negou que tenha pedido financiamento de empresas relacionado ao WhatsApp e o presidente de PSL, Gustavo Bebianno, qualificou como "palhaçada" a acusação de que a campanha do ex-capitão do Exército recebeu financiamento ilegal para disseminar notícias falsas no WhatsApp.

Em vídeo divulgado nesta manhã, Bolsonaro foi enfático ao dizer desconhecer o financiamento do envio em massa de mensagens e pediu para pararem com isso, quem estiver agindo desse modo.

Também nesta sexta, o WhatsApp, controlado pelo Facebook, confirmou que baniu conta do deputado estadual pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro, eleito senador e filho de Bolsonaro, "há alguns dias por comportamento de spam".

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, que também esteve presente na reunião no TSE, disse que seu partido também entrou com pedidos para que o tribunal faça com que o WhatsApp "tome medidas para restringir a distribuição das fake news através dos grupos do WhatsApp e das listas de transmissão".

Segundo ele, tais medidas seriam temporárias, até o fim do pleito eleitoral.

(Por Mateus Maia)