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Banco do Japão deve manter política monetária estável apesar das preocupações com o crescimento global e turbulência no mercado

25/10/2018 12h07

Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - O Banco do Japão deve manter a política monetária estável na próxima semana e sua visão otimista sobre as perspectivas econômicas, apesar das disputas comerciais globais, preocupações com o crescimento e mercados voláteis o colocarem mais longe de atingir seu objetivo de meta de inflação.

Uma combinação tóxica de fatores, desde a intensificação das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China até as consequências dos aumentos da taxa de juros dos EUA aos mercados emergentes, alimentou temores de uma desaceleração econômica global e levou a um abalo nos mercados financeiros recentemente.

Preocupações com os lucros corporativos nos EUA estão causando ainda mais angústia entre os investidores, provocando uma queda em Wall Street durante o pregão da noite, testando o cenário do Banco do Japão de que a sólida demanda global vai sustentar a economia japonesa.

O maior temor entre as autoridades japonesas é que a crescente onda de protecionismo e movimentos voláteis do mercado possam prejudicar o sentimento empresarial e desencorajar as empresas a aumentar os salários, atrasando, assim, a realização da meta de preços do Banco do Japão.

Mas muitas autoridades do banco central acreditam que esses riscos não são grandes o suficiente agora para alterar seu cenário de referência de que a economia do Japão continuará a se expandir moderadamente, disseram fontes familiarizadas com o pensamento do Banco do Japão.

"Os riscos para as perspectivas estão aumentando. Mas o crescimento global e o gasto de capital doméstico continuam fortes", com poucas empresas japonesas reclamando de qualquer impacto direto das disputas comerciais, disse uma das fontes, cuja visão ecoou por três outras fontes.

Em uma reunião de dois dias de revisão de taxa de juros que termina na quarta-feira, o Banco do Japão deve manter uma promessa de guiar as taxas de juros de curto prazo a menos 0,1 por cento e as taxas de longo prazo em torno de zero por cento.