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Norsk Hydro diz que Ibama levantou embargos à depósito DRS2 na refinaria Alunorte

26/10/2018 12h22

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A norueguesa Norsk Hydro anunciou nesta sexta-feira que o Ibama retirou o embargo à nova área de depósito de resíduos de bauxita (DRS2) da refinaria de bauxita Alunorte, no Pará, mas que os demais embargos de autoridades brasileiras continuam em vigor.

Desde fevereiro a empresa está limitada a produzir com até 50 por cento da capacidade, por determinação judicial e de autoridades, devido à descoberta de despejos ilegais de efluentes não tratados pela fábrica na floresta amazônica.

Após denúncias, a empresa terminou por admitir os despejos, mas nega que os efluentes tenham causado danos ao meio ambiente.

"Continuaremos o diálogo com as autoridades para buscar a permissão para utilizar a nova área de depósito, pois isso é fundamental para a sustentabilidade e continuidade das operações da refinaria", disse o responsável pela área de Bauxita & Alumina da Norsk Hydro, John Thuestad, em nota.

A suspensão do embargo pelo Ibama não permite a retomada imediata da fase de testes e comissionamento do DRS2, pois o embargo do tribunal federal continua pendente.

Neste mês, a Norsk Hydro ameaçou realizar demissões e fechar a refinaria porque o atual depósito em operação, o DRS1, estava prestes a atingir sua capacidade total. Mas a companhia conseguiu permissão para usar uma nova tecnologia, a de filtro prensa, para aliviar a situação, enquanto buscava a liberação do DRS2.

A Alunorte iniciou o projeto de migração das operações para a nova tecnologia de filtro prensa no DRS2 em agosto de 2014. Antes dos embargos impostos entre fevereiro e março deste ano, a refinaria estava em processo de comissionamento dos filtros e do DRS2.

A retomada das atividades de comissionamento e testes no DRS2 permitirá à Alunorte fazer a transição planejada do DRS1 para o novo depósito de resíduos e para a nova tecnologia, explicou a Norsk Hydro.

"Este é um desenvolvimento na direção certa para a Alunorte, nos aproximando do nosso plano original de substituir o DRS1 pelo DRS2, com base na moderna tecnologia de filtragem de prensa", disse Thuestad.

O prazo para o levantamento dos embargos que limitam a produção da Alunorte a 50 por cento da capacidade total permanece incerto, concluiu a empresa.

(Por José Roberto Gomes, em São Paulo, e Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)