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DEM, MDB e militares disputam Minas e Energia em governo Bolsonaro, dizem fontes

29/10/2018 12h44

Por Luciano Costa e Marta Nogueira

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) tem avaliado uma lista de nomes que poderiam ser indicados para assumir o Ministério de Minas e Energia, incluindo o do ex-chefe da pasta no governo Temer, Fernando Coelho Filho (DEM-PE) e o do deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.

Em paralelo, Bolsonaro também tem sido sondado pelo deputado federal Leonardo Quintão (MDB-MG), interessado na pasta, e avaliado a possibilidade de nomear um nome ligado ao meio militar para o cargo, adicionou uma das fontes com conhecimento das conversas, que falou sob a condição de anonimato.

De acordo com essa fonte, a escolha final dependerá de uma definição por Bolsonaro sobre deixar a pasta na esfera de influência de seu anunciado ministro da Fazenda, Paulo Guedes, o que favoreceria o nome de Coelho Filho; utilizar o posto para agradar aliados políticos do chamado Centrão, o que poderia favorecer Aleluia ou Quintão; ou definir um comando militar no segmento.

A fonte acrescentou ainda que os assessores de Bolsonaro têm sinalizado que o Ministério de Minas e Energia deve ser mantido e não faria parte de pastas que poderão ser agregadas a um prometido Ministério da Infraestrutura.

Coelho Filho, que foi reeleito ao cargo de deputado federal, comandou o Ministério de Minas e Energia entre maio de 2016 e abril de 2018, na gestão do presidente Temer, período em que recebeu elogios de especialistas por ter apostado em indicações técnicas para cargos importantes no setor, incluindo as presidências das estatais Eletrobras e Petrobras.

"O Fernando (Coelho Filho) é muito querido pelo mercado", afirmou uma segunda fonte próxima das conversas sobre o ministério.

A fonte, que também citou o nome de Aleluia, falou sob anonimato devido à sensibilidade do tema.

Procurado por meio da assessoria de imprensa, Coelho Filho não respondeu de imediato aos comentários sobre uma possível indicação ao ministério.

José Carlos Aleluia, que não conseguiu se reeleger, foi presidente da estatal Chesf, subsidiária da Eletrobras, entre 1987 e 1989. Ele é relator de um projeto de lei sobre a privatização da Eletrobras cuja discussão foi paralisada no Congresso devido à falta de apoio à proposta de Temer para a desestatização da companhia.

Procurado por meio da assessoria de imprensa, Aleluia desconversou. "Não tenho informações sobre isso e não falo do que não sei."

Já Quintão, que também não foi reeleito, fez parte de um grupo que visitou Bolsonaro na semana passada, formado ainda pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, e alguns especialistas do setor, como o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Quintão chegou a ser relator de proposta do governo Temer para a criação de um novo marco regulatório para o setor de mineração. Posteriormente, ele foi substituído na tarefa por Laudívio Carvalho (MDB-MG).

A equipe de Quintão não respondeu de imediato a pedidos de comentário. A assessoria de Jair Bolsonaro também não comentou de imediato.