ENTREVISTA-Camil quer ampliar mercado no Brasil e avançar na Colômbia e Argentina
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa brasileira Camil Alimentos quer entrar em novos países da América do Sul, como Colômbia e Argentina, e vê espaço para crescer no comércio de grãos no varejo do Brasil, um mercado ainda bastante pulverizado, disse o presidente-executivo da companhia em entrevista nesta segunda-feira.
"A Camil recentemente vendeu um pequeno ativo na Argentina... temos interesse em voltar para Argentina, mas muito interesse na Colômbia", disse Luciano Quartiero à Reuters, após a companhia anunciar na sexta-feira a aquisição da SLC Alimentos por 308 milhões de reais.
A Camil, já uma das maiores companhias de alimentos da América do Sul, com operações no Chile, Peru e Uruguai, exporta para mais de 50 países.
"Usualmente, quando entramos em novos países, costuma ser em grãos. A companhia entende a dinâmica desse mercado, e depois fica pronta para fazer o que estamos fazendo no Brasil, colocando novas categorias de produtos. Assim nos tornamos uma empresa de alimentos 'Latam'", disse ele.
A companhia realizou um oferta inicial de ações no ano passado, na qual levantou mais de 1 bilhão de reais, mas sua internacionalização começou antes, em 2007, quando adquiriu a uruguaia Saman, líder no mercado uruguaio de arroz.[nL2N1M80F6]
Dois anos depois, a Camil comprou a empresa chilena Tucapel, também líder no país no segmento de beneficiamento de arroz.
Ainda que acredite em crescimento com aquisições no exterior, a companhia também vê grande potencial de expansão no Brasil em grãos e também em outros produtos.
"Anos atrás entramos em açúcar, com aquisição da marca União... entramos em enlatados com a Coqueiro (peixes), pode ser crescimento através de lançamentos, ou entrando em outras categorias, como massas... há muita sinergia", declarou.
Segundo ele, no segmento de alimentos, é importante ter marcas fortes, além de escala.
Ao mesmo tempo, ele vê grande chance para seguir consolidando empresas de arroz beneficiado no Brasil, um mercado ainda bastante fragmentado.
"Temos 7,5 por cento do mercado sendo líderes... Tem espaço para crescer mais e consolidar mais. Os cinco maiores no Brasil têm 22,9 por cento do mercado de arroz (varejo). Isso mostra quanto espaço tem para consolidação", disse, destacando que a empresa tem interesse em novas aquisições.
SLC
A empresa anunciou na última sexta-feira acordo para comprar a totalidade do capital social da SLC Alimentos por 308 milhões de reais, incluindo 128 milhões de reais em dívidas.[nL2N1X6231]
O valor da transação, à exceção da dívida, será pago com recursos próprios.
Quartiero afirmou à Reuters que a empresa pagará 140 milhões de reais à vista, após a aprovação da operação. Outros 40 milhões de reais ficarão retidos e serão pagos ao longo de cinco anos, dependendo de contingências.
(Por Roberto Samora)
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