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Itaú Unibanco pode buscar mais risco na concesão de crédito, diz Bracher

30/10/2018 14h55

Por Carolina Mandl

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco pode explorar os empréstimos com maior risco de inadimplência no futuro próximo, como forma de aumentar sua carteira de crédito, disse o presidente-executivo, Candido Bracher, nesta terça-feira.

Bracher disse a analistas que uma proposta para aumentar o apetite ao risco de crédito será submetida ao conselho do banco, sem especificar quando a medida poderá ser implementada.

O movimento do Itaú Unibanco poderia amenizar preocupações de alguns analistas, que acreditam que a cautela demasiada prejudicou a concessão de crédito.

Na esteira da recessão mais profunda do país em décadas, os bancos brasileiros se tornaram mais seletivos no empréstimo de recursos, para evitar perdas.

A carteira total de crédito do Itaú subiu 10,6 por cento em 12 meses. Quando ajustada para uma moeda mais fraca, a alta foi de apenas 3,4 por cento. O banco tem como meta o crescimento do volume de empréstimos entre 4 e 7 por cento em 2018.

"No geral, o Itaú continua lutando para aumentar as receitas", disse o analista do Brasil Plural, Eduardo Nishio, em nota a clientes.

Ainda assim, Bracher disse que o banco deve cumprir sua meta de crescimento da carteira de crédito, principalmente devido ao aumento dos empréstimos a pessoas físicas.

O Itaú divulgou na segunda-feira lucro líquido recorrente de 6,454 bilhões de reais, alta de 3,2 por cento sobre um ano antes, mas quase 2 por cento abaixo do consenso Refinitiv, de 6,585 bilhões de reais.

As ações preferenciais do Itaú subiam cerca de 2 por cento, por volta das 14:458 (horário de Brasília), ante alta de 3 por cento do Ibovespa.

CUSTOS

Bracher disse aos analistas que as despesas não ligadas a juros devem continuar crescendo abaixo da inflação, embora o banco continue contratando pessoas para seus negócios de corretagem de seguros e aquisição de cartões de crédito.

O número de funcionários do Itaú aumentou em 842 no trimestre, atingindo 100.756 empregados.

As despesas não decorrentes de juros atingiram 12,65 bilhões de reais no trimestre, 7 por cento acima do mesmo período do ano anterior. Excluindo a aquisição dos ativos de banco de varejo do Citigroup no país, as despesas cresceram 0,9 por cento nos primeiros nove meses do ano.

(Por Carolina Mandl, com reportagem adicional de Paula Arend Laier)