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Perspectivas para mercados emergentes em 2019 permanecem amplamente estáveis, diz Moody's

Por Saqib Iqbal Ahmed

16/11/2018 11h32

NOVA YORK (Reuters) - As perspectivas para os mercados emergentes são amplamente estáveis para 2019, apesar de enfrentarem desafios crescentes devido ao crescimento global mais lento, ao aumento das taxas de juros, ao protecionismo comercial e às tensões geopolíticas, afirmou a Moody's Investors Service.

As amplas reservas cambiais externas, o crescimento dos mercados domésticos e as múltiplas ferramentas de política monetária e fiscal ajudarão a maioria dos mercados emergentes a superar esses desafios, disseram Anne Van Praagh e Atsi Sheth, diretores da Moody's, durante uma apresentação na quinta-feira em Nova York.

"Há desafios, mas também há perspectiva de conforto", disse Sheth à Reuters no evento.

O aumento das taxas de juros globalmente é particularmente desafiador para os mercados emergentes menores que tomam empréstimos junto ao sistema financeiro internacional, disse Sheth.

"Os aumentos da taxa de juros pelo (Federal Reserve) estão percorrendo o sistema e isso está trazendo um pouco mais de desafio", disse ela.

O banco central dos EUA deve aumentar a taxa pela quarta vez este ano em dezembro. Os juros mais altos, juntamente com o forte crescimento econômico, deram um impulso ao dólar frente a muitas moedas de mercados emergentes.

"Em geral, descobrimos que a Ásia-Pacífico e o sudeste da Ásia, apenas em termos de crescimento, ainda são muito robustos, de modo que é onde vemos pontos favoráveis", disse Sheth.

"Por outro lado, a África, onde ainda vemos um crescimento de longo prazo bastante forte, é onde temos muito mais perspectivas negativas e isso é, em parte, porque muitos dos soberanos africanos que realizaram empréstimos no exterior agora enfrentam maiores riscos de refinanciamento", disse ela.

Em termos mais amplos, as crescentes tensões comerciais entre os EUA e a China podem prejudicar o crescimento e o sentimento nos mercados emergentes. As tensões comerciais representam o maior risco para a perspectiva amplamente estável da Ásia-Pacífico, disseram os analistas.