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Fraca demanda e ampla oferta devem derrubar ganhos do petróleo em 2019, diz pesquisa

30/11/2018 14h00

Por Brijesh Patel

(Reuters) - Analistas de petróleo estão cada vez mais pessimistas quanto à possibilidade de uma alta de preços no ano que vem, quando a perspectiva para a demanda é incerta e a oferta cresce em alta velocidade, apesar de o mercado esperar que a Opep reduza a produção.

Uma pesquisa com 38 economistas e analistas previu que o Brent alcançará uma média de 74,50 dólares por barril em 2019, menor do que a previsão de 76,88 dólares no mês passado. A pesquisa previu que o Brent teria uma média de 73,20 dólares em 2018, em grande parte em linha com a média de 73 para o benchmark global até agora este ano.

"No primeiro semestre do próximo ano, esperamos uma pressão altista nos preços, resultante dos cortes na produção da Opep", disse Adrià Morron Salmeron, economista do CaixaBank Research.

"Então, esperamos pressões baixistas sobre os preços dado um aumento na produção de 'shale' nos EUA no segundo semestre, à medida que os gargalos vão desaparecer, e uma desaceleração do crescimento global."

Dos 32 participantes que participaram das pesquisas de outubro e novembro, 16 cortaram sua previsão de preço médio para o Brent em 2019.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e outros produtores reúnem-se em Viena em 6 e 7 de dezembro, numa tentativa de apoiar os preços do petróleo, que caíram mais de 30 por cento desde o início de outubro, quanto tocaram uma máxima de 86,74 dólares.

O grupo poderia anunciar cortes de entre 1 milhão e 1,4 milhão de barris por dia, disseram analistas.

"O mercado de petróleo está definitivamente com excesso de oferta no momento. Portanto, a Opep decidirá cortar a produção em dezembro", disse Frank Schallenberger, chefe de pesquisa de commodities do LBBW.

"A queda recente nos preços foi tão forte que acho que os membros e não membros da Opep concordarão em congelar a produção ou participar do corte."

Uma desaceleração da economia global pode corroer o crescimento da demanda de petróleo no próximo ano, quando a oferta de países não integrantes do cartel deverá se expandir em ritmo recorde.

O Citi teve a menor previsão para o Brent em 2019, a 57 dólares por barril, enquanto o ABN Amro e o Raymond James tiveram o maior valor, a 90 dólares.