Bolsonaro pede "serenidade" ao PSL e que parlamentares não se manifestem sobre Presidência da Câmara
BRASÍLIA (Reuters) - Depois de uma longa reunião com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, o PSL definiu que a liderança do partido ficará nas mãos do deputado Delegado Waldir (GO) e, a pedido do presidente, deve evitar discussões sobre a sucessão para a presidência da Câmara.
De acordo com o deputado Eduardo Bolsonaro (RJ), que era o líder do partido na Câmara, Waldir ficará na liderança pelo menos até fevereiro, quando a bancada fará uma eleição interna para escolher o nome para o próximo ano.
A liderança do partido, que se tornou a segunda maior bancada da Câmara, vinha sendo alvo de disputas envolvendo principalmente Waldir e a deputada eleita Joice Hasselmann (PR), que pretende ocupar o cargo a partir de 2019.
A decisão saiu de uma reunião da bancada com o presidente eleito e serviu para acalmar os ânimos do partido.
"Bolsonaro pediu serenidade e que os parlamentares não declarassem votos para a presidência da Câmara. Mais para frente vamos ter uma noção mais clara da situação", disse Eduardo.
Deputados do partido têm se apresentado como possíveis nomes para a presidência da Casa, além de ter declarado voto a outros parlamentares que pretendem disputar o cargo com o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM).
A advertência veio no mesmo dia em que Bolsonaro se reuniu com a bancada do DEM na Câmara e ouviu dos Democratas que há grandes possibilidades de o partido aderir formalmente ao governo, mas a decisão será tomada nas próximas semanas.
Perguntado sobre a posição de Bolsonaro sobre a presidência da Câmara, o presidente do DEM, ACM Neto, afirmou que a melhor posição é a adotada até agora por Bolsonaro, de manter distância das disputadas internas da Casa.
Eduardo disse ainda acreditar que o presidente da Câmara deve ser de outro partido, e não do PSL. "Bolsonaro não faz questão que seja do PSL", afirmou.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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