Eletrobras poderia valer R$ 100 bi com privatização proposta por Temer, diz Itaú BBA
SÃO PAULO (Reuters) - A Eletrobras poderia alcançar um valor de mercado de R$ 100 bilhões caso o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro decida manter um modelo de privatização da companhia proposto pela gestão Michel Temer e tenha sucesso na operação, estimaram analistas do banco Itaú BBA em relatório nesta quinta-feira (13).
O futuro ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, tem falado em promover um amplo programa de privatizações, mas o presidente eleito e seu vice já disseram que consideram a Eletrobras estratégica e que não concordariam com a venda de todos ativos da companhia.
O almirante Bento Albuquerque, que será ministro de Minas e Energia no próximo governo, disse em entrevista recente à Folha de S.Paulo que não tem uma posição formada sobre a desestatização da elétrica, que controla quase um terço da capacidade de geração e metade das linhas de transmissão do país.
A proposta de Temer envolveria uma capitalização da companhia por meio da emissão de novas ações, o que diluiria a fatia da União para uma posição minoritária.
"Nós acreditamos que tanto o governo federal quanto os acionistas minoritários da Eletrobras poderiam se beneficiar incrivelmente com uma capitalização da Eletrobras. A companhia, operada como uma entidade quase privada, poderia ter um valor de mercado de R$ 100 bilhões, versus valor atual de R$ 35 bilhões", escreveram os analistas.
Segundo o relatório, foi considerado um "valor justo" atual de R$ 40 bilhões para a companhia, que se somaria a 12 bilhões em valor gerado pela capitalização e a entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões em "potencial criação de valor" devido às perspectivas de cortes de custos, redução de custo de capital, uso de benefícios fiscais e outros.
Nesse cenário, acrescentam, a fatia do governo na companhia poderia saltar para R$ 45 bilhões, ante R$ 23 bilhões atualmente.
A proposta de desestatização do governo Temer prevê ainda um limite de 10% nos direitos a voto dos acionistas da elétrica e a manutenção de uma "golden share" pelo governo, o que segundo os profissionais do Itaú BBA "caberia perfeitamente nos planos de Bolsonaro para as estatais brasileiras".
Os analistas também sugerem a manutenção do atual presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr..
O executivo disse recentemente que aceitaria seguir na companhia no novo governo se os planos de Bolsonaro envolverem a continuidade do processo de privatização.
(Por Luciano Costa)
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