MPF denuncia 10 deputados estaduais em operação Furna da Onça
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério Público Federal denunciou à Justiça dez deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o ex-governador Sérgio Cabral e outras 17 pessoas, entre ex-secretários de Estado, atuais e ex-assessores na Alerj e gestores da cúpula do Detran-RJ, com base na operação Furna da Onça.
A denúncia foi protocolada nesta sexta-feira no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
"Essas 28 pessoas são acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em esquemas envolvendo nomeações viciadas e pagamentos de propinas a deputados em troca de apoio aos governos Cabral (2007-14) e Pezão (2014-18)", disse o MPF em nota.
Nesse esquema, foi descoberta pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) uma movimentação atípica de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro. O ex-assessor Fabrício Queiroz movimentou entre 2016 e 2017 mais de 1,2 milhão de reais e ainda fez depósitos na conta da mulher do presidente eleito, Michelle Bolsonaro.
Cabral está preso há mais de dois anos e já foi condenado a quase 200 anos de prisão. Ele ainda é réu em mais de 20 processo da Justiça Federal Além de Cabral, lideraram essa organização pluripartidária, segundo o MPF, os ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo, ambos do MDB.
Picciani está em prisão domiciliar e Melo foi preso na operação Cadeia Velha, um outro desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Segundo o MPF, a operação investigou esquemas de propinas mensais e prêmios pagos a deputados aliados e oferecimento de postos de trabalho em órgãos estaduais detectados pelo MPF, Polícia Federal, Receita Federal e Coaf. Os esquemas uniam parlamentares de oito partidos.
O TRF-2 julgará se acolhe a denúncia, dando início ao processo penal.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
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