Gol vai rever plano de incorporação da Smiles
SÃO PAULO (Reuters) - A Gol vai revisitar o plano de incorporação da companhia de redes de fidelidade de clientes Smiles depois que a controversa proposta original, que previa a migração da companhia aérea para o Novo Mercado foi rejeitada por uma comissão da B3 e o governo eliminou limites para o investimento estrangeiro no setor.
Segundo a Gol, a Comissão de Listagem da Câmara Consultiva de Emissores e Estruturadores de Ofertas da B3 decidiu pela "inadmissibilidade da migração" da companhia para o Novo Mercado, uma vez que na nova estrutura pretendida pelo grupo a Smiles ficaria sob uma sociedade anônima fechada, sem que os acionistas da empresa tenham qualquer direito político.
Diante da restrição, a Gol afirmou que vai analisar "outras opções" à luz do novo cenário do setor aéreo brasileiro que, na opinião da administração da companhia, potencializa a criação de valor aos acionistas da companhia, ao autorizar o controle não brasileiro da Gol".
Na visão de analistas do Bradesco BBI, a Gol poderia realizar uma reestruturação societária, convertendo ações sem direito a voto em ações ordinárias e lançando uma troca de ações para excluir a Smiles, em vez de ter uma empresa listada no Novo Mercado e o fundo Volluto (acionista controlador) deter 100% das ações com direito a voto da aérea.
Uma segunda alternativa seria lançar uma oferta em dinheiro para deslistar a Smiles, como a Latam propôs para a Multiplus, afirmaram em nota a clientes nesta segunda-feira (17) Victor Mizusaki e Raphael Frankel, que têm recomendação 'outperform' para Gol e Smiles.
Desde o anúncio dos planos de reestruturação, em meados de outubro, os papéis da Smiles recuaram mais de 15%, enquanto as ações da Gol saltaram quase 75%. No primeiro pregão após a proposta vir a público, em 15 de outubro, as ações da Smiles despencaram quase 40%.
Em comentários na data do anúncio, analistas avaliaram que a decisão sinalizava que a aérea não estava mais alinhada com os interesses de sua controlada, ao mesmo tempo em que os planos proporcionavam maior flexibilidade e sinergias para Gol, com relevante ganho do lado de eficiência fiscal.
De acordo com documentos relacionados à transação e segundo cinco fontes com conhecimento do assunto, a planejada incorporação da Smiles pela Gol, em um negócio em dinheiro e ações, forçaria os acionistas minoritários da empresa de programas de fidelidade a receber ações da Gol com direito de voto menos abrangente do que tinham.
(Por Paula Arend Laier)
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