Futuros do minério de ferro na China têm máxima em 16 meses após desastre da Vale
MANILA (Reuters) - Os futuros do minério de ferro subiram para máxima em 16 meses nesta segunda-feira (28) após a Agência Nacional de Mineração ordenar que a Vale, maior produtora global da commodity, suspenda as operações de sua mina Córrego do Feijão após o rompimento fatal de uma barragem.
A barragem rompeu na sexta-feira, liberando uma corrente de lama que invadiu instalações de mineração da Vale e arrasou uma comunidade local, deixando 58 mortos segundo a contagem até o momento, além de centenas de desaparecidos.
O contrato do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Dalian chegou a subir 6%, para 567,5 yuans (US$ 84,23) por tonelada, maior nível desde setembro de 2017, antes de devolver parte dos ganhos e fechar com alta de 2,8%, a 550,5 yuans.
"O acidente envolve minério de ferro brasileiro de alto teor. No entanto, acho que os preços físicos podem não se alterar tanto quanto os futuros, uma vez que o mercado tem estado muito, muito quieto (antes do Ano Novo Lunar)", disse o analista Richard Lu, da consultoria CRU em Pequim.
A China, maior consumidor global de minério de ferro, utilizado na fabricação de aço, demanda minério de alta qualidade, que é menos poluente, devido à sua campanha contra a poluição.
O fechamento da mina Córrego do Feijão resultará em uma redução de 1,5% na produção da Vale, o que terá um impacto "insignificante" sobre a oferta, afirmou Helen Lau, analista da Argonaut Securities.
"Em geral, nós não esperamos ver uma grande alta nos preços do minério de ferro em função desse acidente fatal, uma vez que a demanda da China por minério de ferro no curto prazo deve ser leve devido à fraca sazonalidade", escreveu ela em nota.
O contrato mais ativo do vergalhão de aço na bolsa de Xangai fechou em queda de 0,8%, a 3.681 yuans por tonelada.
(Reportagem adicional de Muyu Xu em Pequim)
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