MDB define que não terá candidatura avulsa à presidência do Senado
BRASÍLIA (Reuters) - A bancada do MDB no Senado definiu em reunião na tarde desta terça-feira que busca um consenso em torno de um nome para concorrer à presidência da Casa e que não haverá candidatura avulsa de integrante do partido, afirmou o senador José Maranhão (PB).
A senadora Simone Tebet (MS) já anunciou oficialmente sua intenção de disputar, dentro da bancada, com o senador Renan Calheiros (AL), que por ora nega ser candidato.
"Uma coisa ficou absolutamente acertada consensualmente, por unanimidade, vamos dizer: o MDB tem um candidato e não abrirá mão da candidatura", disse Maranhão, referindo-se à tradição na Casa de a maior bancada --no caso, o MDB-- indicar um nome para o posto.
Questionado sobre a possibilidade de integrante da sigla concorrer por fora, sem a indicação da bancada, Maranhão negou e argumentou que "regimentalmente" não haveria possibilidade de uma candidatura avulsa dentro da bancada.
"O MDB, se tem candidato próprio, não pode ter candidatura avulsa. Isso é uma questão lógica", disse o senador paraibano após a reunião da bancada nesta terça.
Tebet, que nesta terça garantiu estar mantida a candidatura dentro da bancada, abriu mão da liderança e transferiu a coordenação das conversas a Maranhão. Os senadores do partido devem se reunir novamente na quinta-feira, véspera da eleição à presidência do Senado.
"O único consenso até agora é de caminhar unidos dentro da bancada e eles entenderam o meu posicionamento, que eu não tenho condições de abrir mão dessa disputa dentro do MDB", disse Tebet a jornalistas.
Questionada se descarta uma candidatura avulsa, a senadora respondeu que não irá "discutir isso agora".
"Ninguém é candidato avulso sem partido."
Sob o mote da alternância de poder e ressaltando a necessidade de renovação do MDB para que tenha um papel fundamental na história do país, Simone mantém conversas com integrantes de outros partidos, inclusive candidatos à presidência do Senado.
Reuniu-se, na segunda-feira, com pré-candidatos ao posto Major Olimpio (PSL-SP), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Alvaro Dias (Pode-PR), e Esperidião Amin (PP-SC), além de Angelo Coronel (PSD-BA).
"Cada um colocou suas propostas, todos reafirmaram as candidaturas, mas temos um alinhamento em comum em função do entendimento da necessidade de mudança do perfil do Senado e da visão da população brasileira sobre o Senado", disse Major Olimpio a jornalistas.
"A senadora Simone também manifestou na reunião dizendo que ela vai ao embate democrático dentro do partido na expectativa de ser vencedora no processo, mas que ela está disposta sim a ter uma candidatura avulsa", disse o senador do PSL.
NOVO VELHO
Ainda que tenha negado ser candidato ao posto --a não ser que seja essa a postura majoritária da bancada-- o emedebista Renan Calheiros se movimenta nos bastidores.
"Eu só serei candidato se essa for a decisão do MDB. Eu quero com todas as minhas forças me dedicar à eleição do candidato da bancada, é isso que vou fazer", afirmou Renan.
Em contraponto a Tebet, que representaria certa renovação no comando do Senado --Renan já ocupou o posto--, o senador por Alagoas disse que um novo parlamentar toma posse em fevereiro.
"O Renan mais antigo está encerrando o mandato. E outro renovado pelas urnas vai tomar posse do dia 1º (de fevereiro), vem com os ventos da última eleição", disse o senador.
Segundo Renan, sua versão antiga seria mais "estatizante", um "sobrevivente". O novo, afirma, é mais "liberal", e está "querendo fazer as reformas de Estado", no que pode ser visto como um aceno ao governo, que tem entre suas prioridades a reforma da Previdência.
"Como um Renan não tem dialogado com o outro, vamos deixar que eles respondam depois."
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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